segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Reencontros "e se. . ."

Os reencontros menos prováveis fazem-nos pensar que estamos no meio de uma sequela de um filme.
Uns dizem que o primeiro filme era melhor, mas outros dirão, "será?".

"Quando é que o primeiro filme foi feito?
- Epah . . . pois . . . nessa altura as coisas eram feitas de uma forma diferente, ainda não havia as tecnologias que existem hoje, os conhecimentos nessa área agora são outros, mais avançados, faz-se tudo de maneira diferente.". Era, realmente, tudo tão diferente. Mas tudo tinha um sabor a novidade, a desnecessária preocupação fosse com o que fosse, mas ao mesmo tempo tão caótico. 

A ingenuidade, os avanços sem base de nada que não fossem as hormonas e o "estou apaixonada! . . . ele é tão lindo e é tão da fixe!", tudo é tão maravilhosamente inesperado, assim como os desfechos, as inconsistências, a falta de consubstancia, mas era mesmo assim e olhamos agora como uma película velha com as cores já meio comidas pelo tempo e saltos nas sequências da fita. Algumas das imagens são cortadas e deixadas de parte numa caixa de lata e escondidas onde não quisemos ter fácil acesso.
O primeiro momento, o primeiro beijo, o calor dos lábios e das mãos macias que ainda só ainda tinham tocado a vida das aventuras loucas da adolescência.
O palpitar e as borboletas tresloucadas no estômago, o apetite que desaparece e a paixão é o alimento que sacia toda a fome, o sono é substituído por sonhos acordados . . . os olhos não fecham para não parar de sonhar!
É a rebeldia comandada por todas as substâncias que percorrem os corpo, desde as internas e naturais às menos menos naturais . . . Mas fazia tudo parte do puzzle!
Tudo era tão louco e desprovido de culpa, apetece faz-se, as consequências ficavam para depois.
O remake com os mesmos personagens é uma tarefa impossível, já passou o prazo de validade para remontar a historia. Após o reencontro tão inesperado como surpreendente, após a troca de algumas perguntas vagas e repostas não mais completas, dizemos "gostei de te ver! . . . estás na mesma!"; pensamos num ápice "bem . . . isso pode ser bom ou mesmo muito mau!", despedimos-nos, afastamos-nos com aquele sorriso quase tosco no rosto, baixamos disfarçadamente a cabeça, silenciosamente pensamos o "e se . . ." e cada um segue o seu caminho, enquanto se esbate esse incomodativo "e se . . .".
A sequela nem sempre acontece. É um acontecimento aleatório que pode surgir ou não, depende das voltas, agitação e encontrões que o mundo e a vida dá, mas nunca como o "tinha que ser" . . . Ainda somos participantes nas nossas decisões. 
Sem dúvida que existem reencontros magníficos, surpreendentes, mas serão sempre apenas reencontros, serão memórias vivas que voltam a confrontar-se no "e se . . .", mas é tarde para voltar ao ponto de partida, talvez até ainda bem quando aquele ponto de partida estava condenado à partida. Mas o amanhã é um de cada vez, tão certo de incertezas como o amanhã que passou a ser ontem e por aí a diante.
O tempo passa e a nossa história muda, imprimimos coisas, moldamos coisas, estragamos outras coisas e algumas sem recuperação possível; mantemos em aberto o que nunca conseguimos encerrar, carregamos dúvidas e mais dúvidas, questões e mais questões que insistimos em encontrar as respostas para algumas 
O que seria da vida sem os reencontros, sem as questões que nos mobilizam, sem todos os "e se . . .", esses salpicos de emoção mais explosiva que nos fazem sentir vivos?


     

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