terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A caminhada e a Era dos Ilusionistas . . .

É uma longa caminhada a de deixar estar e a de deixar ir. É sempre como sempre foi e como há de ser. O que se consegue ver e distinguir, o que se consegue sentir e o que dista de nós universos, o que é e o que não é, o que pode ser e que pode não ser. É simplesmente difícil ou complicado, ou até muito complexo, como se preferir para se dizer o mesmo.
É o som dos pássaros, o som da água que corre nos riachos e rios, o som das ondas do mar, o som da flauta que é tocada como parte da vida do flautista, o som de tudo o que continua a ser o que é, mas que soa diferente quando os ouvidos mudam, ou não conseguem ouvir, quando a boca que fala é outra, quando o que se pensa que sim é uma coisa e o que se pensa que não é outra. É tudo parte do mesmo e o mesmo é parte de tudo.
Nada é ou será como antes mesmo que tudo pareça que está na mesma. Tudo se confunde com a realidade e apenas os olhos que vêem a Verdade a sabem distinguir da ilusão ou do que é manipulado vilmente. A ficção é confundida com a realidade e só olhos peritos conseguem ver a diferença do que foi fabricado e do que realmente é o que é.
Há tanto que parece que é, mas não é e tantos com memória curta, visão facilmente distorcida e distorcível, mas somos isto, somos assim e assim somos. Não quero censurar. A mim poderia acontecer a mesma coisa, deixar-me confundir pela ilusão, achando que estou a ver a realidade, o que não seria algo inédito, mas é mais uma coisa a aprender, que nem tudo o que se assemelha com a realidade de facto o é, mas o mundo é assim, rico na diversidade de tudo.
É mesmo muito longa a caminhada e dura até que se perceba o que realmente é e o que realmente não é e o que pode ser e o que não pode ser. 
Estamos na Era da Ilusão e não da Nova Era. Estamos na Era dos Ilusionistas, onde a mágica está à distância dos teclados ou dos touch screens e outras coisas mais que prefiro nem imaginar, mas é o que temos. 
"É a evolução . . .
- Mas do quê?
- Das tecnologias!
- Para quê?" . . . para no fim dizer baixinho para que ninguém ouça realmente, "para se vender mais!"
Evolução???
Será mesmo???
Mas porque é que têm as tecnologias evoluir mais mais que quem as cria???
Já somos assim tão perfeitos ou tão "evoluídos" enquanto pessoas de carne e osso para que as coisas tenham que evoluir mais que nós???
Bolas!!! Já temos tanto que está na posse de apenas alguns quantos privilegiados!!!
E tantos de milhares de milhões de nós estamos mais que longe da perfeição, mesmo que gostasse que estivéssemos mais próximos, mas não estamos!!!
E quem está assim tão perto???
A resposta é . . . as tecnologias!
Tão simples como isto . . .
Não quero censurar ou a culpabilizar ninguém, até porque muitos de usamos como meio de comunicação algumas tecnologias, mesmo que não as da última actualização ou a última invenção, mas tudo leva o seu tempo a ser visto com olhos de ver e com ouvido com ouvidos de ouvir. As tecnologias são muitas e tão sofisticadas quanto a maldade de alguns. Sinto pena que não seja já, agora que percebamos o que é o quê e o que quer que seja que não seja verdade e o que é verdadeiramente real.
A caminhada é grande, mas se desistirmos de querer perceber, ainda será maior!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Onde estavas tu?

Onde estavas tu quando te procurei?
Onde estavas tu quando não te procurei?
Estavas onde devias estar, estavas onde era suposto estares.
É tão fácil enganar quem nunca acreditou de verdade. É tão fácil enganar quem está habituado a ser enganado e quando se é verdadeiro tudo soa a mentira.
Mas onde estavas tu, volto a perguntar, mesmo que saiba a resposta?
Estamos nos tempos da manipulação de tudo e mais alguma coisa e eu já não tenho a certeza de todos, apenas de alguns, mas é mesmo isso, apenas alguns!
Mas onde estiveste tu a quem mostrei o meu eu o meu único eu e nada mais que apenas eu?
O tempo de proximidade foi pouco e mesmo assim eu mostrei quem era, apenas tu não o viste, apenas tu enquanto os outros sabiam do mesmo e aqui ficaram!
Onde estavas tu?
Eu pensei que as peças do meu puzzle sobre ti eram suficientes, mas parece-me que não, ainda faltam muitas, parece que também eu não vi tudo!
Achei que tinha esse dom, o de ver as pessoas, mas apenas tinha o de acreditar em demasia e confiar em demasia, porque partia do princípio que todas as pessoas são boas, mas de que principio partiste tu em relação a mim?
Mas o que é que pensas que sou?
Não sofro do Síndrome de personalidade múltipla, mas de que serve dizer isto?
Não sou superior aos outros, sou apenas diferente e estive lá fosse de que forma fosse, ou já te esqueceste?
Sim, sou diferente de ti, sim!
E qual é o problema?
Mas não sofro de dupla personalidade se é isso que te vendem!
Sinto pena, muita pena mesmo se não percebeste que também te quis ajudar, mas tal como tu não sou perfeita, sou como tu, de carne e osso e pronto, tudo o resto que tu queiras acreditar é contigo!
Sabes mais que eu em tanto pois se calhar aprendeste ou viveste mais que eu, mas és o que és e eu aceitei-te com os teus defeitos e qualidades e com tudo mais que pudesses ser, mas ao que parece agora sou a versão feminina do Dr, Jekyll and Mr Hyde. Muito obrigado pela consideração, mas não é roupa que me sirva ou interior que me interesse.
Olha, sabes que mais? Mesmo que me consideres um monstro digo-te que tive muito gosto em conhecer-te e que te desejo o mesmo que desejo a mim.
Vive uma vida feliz!
 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Silêncio

Deixo-me ficar no silêncio. É ele que me conforta quando não existe mais conforto,  mesmo quando os lençóis são macios, mesmo quando a comida quente me espera no prato, mesmo quando uma mão suave me acaricia o rosto, é no silêncio que me conforto.
As palavras ditas já de nada servem quando as mentes encerraram e colocaram a tabuleta "estamos fechados por tempo indeterminado . . .", as palavras por falar lêem a mesma tabuleta e fecham-se no seu quarto, o seu silêncio é o seu quarto.
Deixo-me ficar no que me resta, o silêncio, porque as palavras, essas já ninguém as quer ouvir mesmo que sejam o som da verdade, mesmo que seja a única forma da verdade se mostrar.
Nos dias de hoje o silêncio fala mais que as palavras mesmo que os que o ouçam não saibam o que ele diz, ou até mesmo o tomem como afirmação, confirmação ou consentimento.
No silêncio as palavras falam entre si e ali estão a viver em comunhão de verdade mesmo que os ouvidos e olhos dos outros só leiam mentira e falsidade.
O silêncio conforta mais que os que falam, os que fingem que são, os que apenas vêem o que lhes interessa ver, porque neste mundo o que se vê é apenas o que se quer ver, o que se quer é muito pequeno comparado com o que se precisa, basta olhar a Luz e aí sim vemos o que precisamos e não temos. Mas a Luz só vê quem a quer ver . . . o resto é falsidade sonora mascarada de tudo e nada, falsidade de quem não é verdadeiro e crê no falso por medo.
Para quê falar se tudo soa a mentira, a bonita música ou a qualquer artimanha fantasiosa que agrada ao ouvido?
Para quê?
Para quê falar o que quer que seja quando neste mundo se criam verdades por conveniência, quando neste mundo as verdades que se querem ouvir não são a real verdade.
"Pensei que eras tu que estavas a cantar . . . mas  . . . a televisão . . . a tua voz é parecida . . .", mais uma vez as coisas parecem coisas os sons parecem sons não importa o que é na realidade o que realmente é. Canto para dentro, ou em surdina para fora, ou canto para mim em silêncio para não incomodar com o que quer que seja, porque o facto de existir já incomoda tanta gente . . .
Em silêncio, este poderia ser o meu testamento, mesmo que nada tenha para deixar que faça alguém sentir-se dono do mundo,  o meu último pensamento, enquanto a tortura me vai consumindo os meus ossos e a minha carne, este poderia ser o meu último suspiro, o meu último olhar para o que quer que seja, a minha última inspiração e expiração enquanto ser que nasceu com os mesmos órgãos que os outros seres humanos, mas não, não é o meu último testamento, suspiro ou o que quer que seja que me dignifique, é apenas o que é, queira quem quer que seja ler ou interpretar da forma que interpretar, ou como quiser interpretar, é apenas o que é!
Em silêncio pronuncio parte das minhas últimas palavras antes do que quer que seja que venha a seguir, pode até ser a minha morte que não temo.
Em silêncio escrevo o que ninguém quer acreditar, porque ser-se é proibido e não ser está na ordem do dia.
Mas uma coisa é certa, entre o silêncio provavelmente aprendi o que alguns que se aparentam de pessoas de bem  ensinaram, mas que não praticam e muito menos são exemplo do que apregoam, mas mais uma vez seriam apenas palavras escritas e o silêncio vale o que nenhum de nós alguma vez teve ou conheceu!
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