sexta-feira, 14 de julho de 2017

Dentes brancos, alma negra

Não te quero ver assim, com esse ar cabisbaixo de quem perdeu algo tão precioso que nunca teve coragem de o admitir. As horas choram à tua espera? À espera da tua aprovação de quem ensina ao mundo e ao tempo como eles próprios devem existir?
Não quero ver-te com esse ar de quem esconde atrás dos dentes que mostra as lágrimas que não queres mostrar, a frustração que te corrói a alma, de nunca ter tido a coragem de ser gente, à espera que uma migalha lhe caia no colo.
Não somos vítimas, somos apenas frutos de más escolhas e de boas escolhas, quando elas assim iluminam a mente.
Ainda não percebeste que quem queres enganar é muito maior que tu no que tens de diminutivo?
Apenas começaste a olhar o mundo com outros olhos, há bem pouco tempo, pelo crivo do fruto proibido. É bom não é?
Mas olha, há coisas que serão sempre dos outros e nunca nossas!

Essa experiência não a conheces pois não?

Onde queres que te leve a conhecer? Eu levo! Queres viver as mesmas ilusões e as mesmas dores que vivi?
Assim como os espíritos do Natal, eu levo-te lá como um espírito malicioso que te coloca o mel na boca e to arranca com fel do mais amargo e áspero possível como se nenhum gosto mais houvesse.
Que crueldade não é?
Mas olha que cobiçar o que não é nosso é feio! Ainda mais quando quem te colocou a tentação perante a tua presença está ligada à tentação por opção da própria tentação!
O filme volta a acontecer, mas desta vez nem te atrevas a atravessar na minha felicidade como antes o fizeras!
Foste falsa sua sonsa!
A sonsice está de volta, mas ao contrário!
Larga o osso e é se não queres levar o açoite mais cruel que a vida te possa alguma vez ter trazido!
Sabes o passado, provaste do presente, mas o que te foi dado também foi retirado!
Sabes que no que descobriste à pouco já tenho vários doutoramentos e dos mais custosos, mas olha, é igual para todas e todos são iguais!
Tornaste-te aprendiz de putéfia? Ok, é uma opção!
Enfim . . . São as escolhas que são acolhidas pelo tempo que não para no seu frenesim e azafama diária de quem faz por escolher todos os dias as mesmas escolhas ou mudar de escolha.