sábado, 7 de setembro de 2013

id, ego e orgulho . . . Trilogia Perigosa . . .

É como tudo o que é, ou é ou não é. Está tudo traçado à nossa mão para escolher, seguir o certo ou o errado é uma coisa que o ego se alheia e deixa que sejas tu a escolher, para depois te chateie com a sua arrogância de criança mimada. "Eu quero!!! Tem que ser meu!!! Eu quero, não interessa nada! Eu é que sei!!! Apetece-me!!!", grita o ego perante a dificuldade, mas não pensa se é certo ou errado, apenas limita-se a dizer o que quer independentemente das consequências, independentemente do que venhas a sofrer depois. O ego torna-se submisso ao id e ao orgulho e o super-ego é emudecido para satisfação do ego, do orgulho e do id, a Trilogia Perigosa!
Não importa o que é certo ou errado, o que o outro também pensa ou quer, o que importa e a tua satisfação, mesmo que estejas redondamente incorreto, mesmo que estejas soube o comando do teu próprio egoísmo, egocentrismo. Nada mais interessa que não a tua satisfação, mesmo que possas estar a cometer uma enorme asneira.
O ego arranja todas as desculpas esfarrapadas para seguir nos seus intentos, sejam eles carregados de amor, paixão, obsessão ou fantasia, não interessa, ele monta-se no seu orgulho e segue em frente desalmadamente com toda a sua imponência. Arrisca tudo e todos, avança e derruba todos os sinais contrários, ao que deve e ao que não deve ir, ignora tudo e todos e vai, vai e vai.
Mesmo que uma torrente vinda da direção do errado carregada de gelo e pedregulhos se atravesse na sua frente, o ego diminui, para ele são apenas um monte de borboletas desorientadas e o gelo é apenas uma brisa fresca. Todos os galhos partidos e afiados jogados por outros egos, desferem-lhe golpes que não sente, munido da adrenalina e vontade. Mesmo que do campo do errado venha um guardião ameaçador com o seu olhar provocador de sofrimento, o que interessa é o alvo. Mas aí começas a ver o que não querias ver. Começas a ter contacto com a realidade. Perdes um pouco de forças e temporariamente deixas-te vencer pelo adversário e tentas confirmar o que queres ver. 
Pouco a pouco começa a fazer-se alguma luz e pouco a pouco o teu orgulho, o id começam a sentir-se esgotados, começam a perder toda a coragem e lentamente vão abandonando o ego. O ego continua a cavalgar, cada vez mais devagar e o que não via nem sentia começa a fazer-se sentir e fazer-se ver. As feridas abertas fazem-se sentir assim como o resultado da torrente e tudo o que o fere. O ego esgota-se, não pode avançar mais. 
Abandonado por si mesmo, o ego sente-se só. Procura ajuda, um ombro onde chorar as suas derrotas e tristezas. Apenas o tempo trará o que o ego precisa para se recompor e reconstruir, limar os conceitos errados e redefinir-se, olhar o terreno cavalgado e fazer o saldo das conquistas.
Apesar da aparente perda, a vitória é muito maior, a do seu conhecimento, a da sua noção da realidade, a da consciência das suas verdadeiras necessidades vitais. 
É uma longa travessia até o ego se olhar a fundo e deitar para o lixo o que faz de si uma coisa auto-destrutiva, coloca os seus velhos amigos nos seus devidos lugares e dá-lhes os cargos com as corretas competências. 
Durante este tempo todo o super-ego esperou que este velho companheiro acordasse para a realidade, para lhe oferecer o seu apoio, os seus ensinamentos que tanto ansiou por partilhar, tudo o que esta criança mimada precisa para se defender de si mesma. 
A aprendizagem será demorada, mas funcional, útil e cada lição aprendida a seu tempo e usada no momento correto.
Assim foi a batalha deste ego para se transformar no que é suposto ele ser. Tudo faz parte do processo, as vitórias e as perdas. Contudo, o ganho do conhecimento sobre o orgulho e o id valeu a pena, porque a alma do ego não era pequena!   

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