sábado, 14 de setembro de 2013

O que é que . . .

O que é que te aconteceu, que ninguém te vê?
O que é que despoleta tanto "Que medooo!!!!"?
O que fazes tu de tão malicioso que apavora o mundo?
Ainda és uma criatura divina, não te esqueças disso. Ainda estás a tempo de encontrar o caminho.
Desististe?
Do que é que te escondes? Do quê!?
É assim tão mau o que vês?
Tens monstros sagrados dentro de ti ou és só mesmo tu a seres o que és?
Tens um Dr. Hide seletivo ou é mera ficção mítica do povo assustado com o que não conhece?
Vá, diz-lá!
Ok. Não é fácil para ti dizer o que vai aí dentro a toda a gente, eu sei, acredita que sei. O mundo é um local estranho para se viver.
Já encontraste o teu Norte?
Descobri o que pouca gente descobre, porque nem todos o podem.
Estás deslocado o mundo e preferes beber a ter que olhar para ele sem fazer nada. Ao menos a green fairy ajuda a melhorar a vista, dá outra harmonia mais perfeita, com menos desgraça e com mais graça. O mundo assim até parece um lugar bonito de se viver, onde até os mais cínicos são capazes de ser amigos de todas as pessoas tão genuinamente quanto o verde rasca da fadinha martelada, que bebem em tempos de crise.
Onde é que estiveste este tempo todo?
Por onde é que passaste metade da tua desgraça? 
Perdido pelas esquinas bebendo aqui e ali a ver se ao menos o stress desaparece a cada trago de vinho? 
O tempo passa, mas ainda consigo ver o menino que era distante do mundo, que andava sabe-se lá por que nuvens, o miúdo para quem faltava sempre qualquer peça para conseguir perceber o todo, alguma coisa que te escapava, porque havia sempre qualquer coisa que não fazia sentido. Insatisfeito porque precisava de perceber o porquê das coisas não lhe fazerem sentido. Tinha que haver alguma explicação para as coisas não fazerem qualquer sentido.
Como é que conseguiste viver?
Andas ainda à procura da peça ou já desististe?
Tens consciência que não és assim muito normal, não tens?
De facto não és. Não és mesmo. Aguenta. É duro eu sei. Não é fácil ser-se o que se é no mundo do "todos são assim" e tu, definitivamente, não fazes parte do todos são assim.
Vives com o teu mundo às costas. Carregas a cruz de seres o que és no mundo do "todos são assim", mas olha, não sei se sabes, mas há mais como tu, mesmo que não percebas o que és. Há mais como tu, andam por aí espalhados, uns sabem a onde pertencem e outros, talvez como tu, andam por aí, outros ainda arrastam-se por aí à espera de ser pegados por um braço e que os levem para onde os levarem. 
Andam aí, eles andam aí, mas não são como os outros, os tais outros que pertencem ao mundo do "todos são assim". Uns dizem que eles são poucos, mas encontram-se de tempos a tempos para retomar o caminho para onde partiram. Encontram-se como velhos amigos que nunca deixaram de ser, encontram-se e trocam aventuras das suas viagens por este mundo, falam de tudo o que esta vida lhes deu e partilham o que podem partilhar. 
É a paz, é o estado de paz de terem chegado a sua casa e encontrar parte de si mesmos, é a peça que falta para que tudo faça sentido. 

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