quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Afinal, o que importa mesmo?

"É teu namorado?
- Não, é um amigo meu!
- Então . . . podia ser!
- Não, não é. Não estou com cabeça para aturar gajos!"
Pois podia isto, podia aquilo, podia o outro.
Podia ser rica, mas ainda não sou, pelo menos como o Bill Gates. Podia ser modelo, atriz, dona de meio mundo, mas não sou, sou apenas dona do que me é permitido, ou do que me vai sendo permitido, se é que se é dono de alguma coisa.
Podia ter um, dois, três, quatro, cinco, seis namorados e ter folga um ou dois dias por semana para curtir a vida com os amigos e família. Podia ser tanta coisa . . .
"Podes estar bem enganada!", ah, pois posso . . . e de que maneira, em especial em relação a este tipo de observações sem malícia . . . "Ah, mas não te estamos a dizer isto por mal! Estamos só a brincar contigo!" . . . pois . . . eu também sou muito brincalhona, mas prefiro brincar com pilinhas.
"Não sejas assim, não te dissemos nada de mal!", pois não, alguma vez???
Só me deram roda do que gostavam e não têm coragem de o ser, porque como já têm uma vida e filhos, é chato estar a largar tudo e ir curtir a vida sem pensar no que deixaram para trás!
"É engraçado, quando sonho com bebés, alguém que eu conheça engravida passado 3 ou 6 meses!
- Também sonhei com crianças!
- Eu também me parece que sonhei!
- Podes ser tu!!!
Podias ter . . .
- Só se fosse obra e graça do Espírito Santo!
- Por isso mesmo!
Podia acontecer, assim, numa noitada . . .
- Pois, mas não me parece!".
Está, mais uma vez, tudo explicado a avaliar pelos filhos e filhas da puta que por aí andam! . . . são todos filhos e filhas de uma noitada . . . com certeza! . . . Tenho dúvidas é que as mães sejam tão putas como eu . . . pelo menos, na boca destas extraordinárias, castas e virtuosas senhoras . . .
Eu não tenho filhos . . . e depois???
Não tenho namorado, pelo menos fixo . . . e depois?
Sou um mundo de contradições . . .e depois?
Vivo coisas quase loucas . . . e depois?
Pois, faço com muito menos tudo o que muitas, e muitos, com muito mais não conseguem ou não podem fazer, porque escolheram outra vida . . . e depois?
Eu escolhi o que a vida me deixou escolher, dentro do que me apresentou.
O que eu gostava?
Tanta coisa eu também gostava e agora tiro partido do que me aparece e que eu possa tirar partido.
Não sou puta e se fosse, era. Não sou prostituta e se fosse, era. Não sou cabra e se fosse, era. Não sou fufa e se fosse, era. Não ando a comer os maridos ou os namorados das outras e se o fizesse era um problema meu, sim, um problema que não era mais que um grande problema.
"Achas correto andares a meter-te com os maridos e namorados das outras mulheres?", pois, aqui é uma questão de consciência moral, mas talvez não tenha coragem de fazer o que não gostava que me fizessem a mim. Se elas não se importassem, porque a relação é aberta, qual era o problema?
Se os dois eram livres de fazer o que quisessem e apenas estivessem juntos, porque gostam um do outro, independentemente dos envolvimentos externos, onde estava a traição?
Eu respondo. Quem estava a ser traído era quem olhava a situação e via que alguém corrompia os seus princípios pseudo-morais. Estes dois não estariam a pecar, porque assumiam as suas necessidades e vontades um ao outro, aceitando-se como são e assumindo os riscos!
Quem é que está a trair quem, que não seja a pessoa que não assume as suas vontades e vive enclausurada nos pseudo-moralismos, na pseudo-atitude correta, nas pseudo-convenções morais?
Quem é que trai?
Quem não se assume a si mesmo!
Eu assumo o que sou a mim mesma, para que não traia a pessoa mais importante da minha vida: EU!
Passamos a vida a trairmos-nos a nós mesmos com medo de sermos julgados. Todos desejamos comer o vizinho, a vizinha, os amigos do marido, as amigas da mulher, as amigas dos amigos ou das amigas, os amigos das amigas ou dos amigos, ou amigos e amigos de quem quer que seja que chamemos amigo ou amiga, primo, colega ou lá quem quer que seja.
Todos queremos ser comidos, mas quis a Santa Hipocrisia que fosse chamado tarado sexual quem assume que tem desejo, quem gosta de homens ou mulheres, quem gosta de homens e de mulheres, quem gosta, apenas, pelo simples facto de gostar e divertir-se com sexo.
Foda-se!
Fode-se muito, mas ainda mais de garganta . . .
Esses cangalheiros da desgraça alheia, que não têm onde cair mortos, esses imberbes sem alma, essa corja de invejosos mal-amanhados, que acham podem assumir o que não existe com o sexo oposto são todos e ou todas,  frutos do mesmo, fodilhões de goela, ressabiados da boa moral e bons costumes, que apregoam mais que o que fazem. Quem quer a companhia desta putrefacta gente, que nem coração nem alma alberga nos miseráveis corpos?
Despidos ainda valem qualquer coisa, mas é tudo fruto da subestimação da mente, porque incomoda ser inteligente, é estorvo para a mente sã . . . deles!
São corvos, outros abutres, outros ainda pouca coisa, são mesmo o escorbuto dos medievais, que se atrevem a ser como gente. Na hora da verdade saltam fora como covardes, miseráveis, trôpegos e pândegos aligeirados, de poucas posses. São o inferno de gente que habita neste mundo, que deambulam por aí à procura de defuntos vivos como eles, para que não se sintam sós e infernizem a vida de quem tem vida, de quem se livra deles e os põe de parte, ou seja, nos seus lugares. Incomodam-se com o bem-estar dos outros, porque o seu já o deixaram escapar. Enchem-se de coragem, mas pouco habitam no que tem que ser, optando pelo ser ao lado, porque aí dá menos trabalho ser fútil, estúpidos e vazios. Puxam pela vida dos outros, porque são a vergonha da família deles. Vomitam uns para os outros os tragos que trouxeram, vai e vem dos enredos alheios, porque os deles já não deitam nada, já não há mais sumo, nem dentro, nem fora deles. As suas vidinhas pequeninas são apenas tudo o que desejaram, mas com o homem errado, com a mulher errada, com os filhos errados, pai e mãe errados. Tudo nas suas vidas é errado, excepto a dos outros, por mais miserável ou incorreta que possa ser ou parecer.
"A galinha da vizinha é melhor que a minha . . .", assim diz o ditado popular e "É melhor ter uma vida louca que não ter nenhuma!". Pois . . . em especial quando se tem o que sempre se desejou e chega-se à conclusão que afinal o que sempre desejou é apenas o que quis e nunca o que realmente precisou: VIVER!
A final, o que importa mesmo?













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