domingo, 13 de outubro de 2013

A demanda terminou . . . Cada coisa ao seu lugar!

A paz desceu à terra. O pegajoso monte de cascos, andarilho intruja deixou de cirandar em torno da que tomou como sua criatura. Foi deixado e empurrado pela distância, pelo caminho que o distanciou a uma velocidade que nem ele próprio se apercebeu, apenas que já não conseguia alcançar a frágil e dada criaturinha. Encostado a um balcão ficou, a implodir enquanto os restantes convivas soltavam gargalhadas, trocavam sorrisos e vozes com genuína jubilação.
A duras penas tenta manter o boneco que atraiu a borboleta curiosa. Tenta manter algum brilho, mesmo debaixo da sua zangurriana e por momentos conseguiu captar a atenção desejada, que por educação a borboleta deu num misto de pena pela pobreza deste diabo. O andrajoso digladiou-se pela manutenção do pouco que alguma vez tivera alcançado e temporariamente segurado, mas foram parcas as suas glórias, conseguindo apenas algum sorriso ou ato fugidio que nada se pudesse comparar com todo que perdeu. Mas não perde a pose.
Mostrou, quase digno de pena, a sua natureza vazia de coisa alguma que fosse real. Os textos para a ocasião já estavam diluídos, ou pelo menos a grande e esmagadora maioria. Já estava conquistado e garantido o lugar almejado, pensava o miserável pretensioso e para seu despeito a borboleta já as suas asas não batia em seu redor. Era quase constrangedor ver o petulante tétrico a manter a sua arrogância, acompanhado da sua solidão orgulhosamente, mas decadente.
Para que os outros não se apercebam da sua verdadeira companhia luta por mostrar que, ao menos, acompanha-se do que é, mas gritos exaltam nas expressões do seu rosto por acolhimento, porque a sua solidão não gosta deste seu cru companheiro.
Orgulhoso, não se prostra, ainda mesmo que desfeito não se verga. "Queres dizer-me alguma coisa, dirige-te tu a mim!" . . . nem mesmo vendo que ninguém quer saber dele e que a sua importância morreu. Ele é mesmo e apenas mais um.
O seu desmoronamento com tentativas vãs de alcançar alguma dessa centelha, aumentava até que a derrota tomou conta de si. Finalmente afasta-se do campo de batalha.
Nem que se pudesse querer vingança, ela seria tão perfeita. A criatura tonta e crédula após escorregar do mundo da fantasia, caiu na realidade e nela sonhou com este momento, desejou-o fervorosamente, mas sem ansiar por vingança mesquinha, não estava nas suas mãos os desígnios de Deus, pura e simplesmente a vida devolveu misericordiosamente cada coisa ao seu lugar.
Naturalmente e repleta de sublimação, os anjos do Céu encaminharam o pedante ensimesmado, mas falhado, cheio de fissuras em todas as suas estruturas, com o seu engodo para outras direções. Estende um braço para se despedir e destruído segue o seu caminho.
A demanda terminou, os guerreiros descansam as armas, gozam do regozijo conseguido a punhos, a coração, a coragem, corpo, mente e alma. Os querubins descansam orgulhosos pelo retomar da ordem natural das coisas e cada coisa a seu lugar.
É mais um fim de mais um capítulo de mais uma mescla de existência dentro da existência, dentro do todo e de alguma coisa, por pequena que seja, mas tão grande quanto a grandeza que se quiser dar.

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