quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quem sabe o que tudo reserva?

O quanto estanho é ser-se pessoa no meio de tanta gente que nada tem de pessoa. É complicado viver na minha pele e na pele dos que assim se sentem.
Se a evolução dependesse da alegria, talvez fosse das pessoas mais evoluídas deste mundo.
O mundo está cheio de miscelânea de tantas coisas, que tudo espremido muito pouco sumo sairia, ou quase nenhum. É o mundo das pseudo-coisas, o mundo do faz de conta que é, mas que não é, é o mundo do superficial para esconder as mágoas das pessoas ambiciosas, mas infelizes. Nunca o tudo foi tão nada como agora!
Muita barafunda, muita dimensão obscura que às vezes me apetece viajar para outro planeta.
É demasiado. Tudo muda, tudo avança numa direção desconhecida, sem paralelo, sem um rumo certo, mas tudo muda e avança a uma velocidade alucinante, como labaredas sem destino certo num mar de pólvora e que ardem tudo o que está no seu caminho.
Quase toda a gente se dirige para a mesma direção. É em frente, sempre em frente, mas à vista desarmada estão no mesmo lugar, apenas movem as pernas como se estivessem a andar em frente. É a deslocação do ar que dá a ilusão de pessoas em movimento.
O ar está cheio de uma poeira invisível que penetra pelas narinas, pelos ouvidos, pelos olhos e nada acontece para além daquilo que nos move interiormente.
Uns vão em queda livre, diretos ao cadafalso, iludidos de que fazem coisas; são como que crianças a brincar  com uma caixa de fogo de artifício com formas de lolipop e doces de criança perto de uma fogueira. Outros estão atentos, espetadores de um freak-show, mas continuando na sua fuga ao abismo, sem pressa, apenas a ver, observar e a viver, mesmo que sem aparato ou show off, porque as suas vidas dessa extravagancia prescindem.
É um mundo de coisas avessas umas às outras, remando cada uma para seu lado, mas o mar está revolto e não se sabe para que lado o barco irá. Quem bons ventos soprem, esperemos nós nas nossas doces ilusões, . . . quem sabe o que tudo reserva?     

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