sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A guerra ainda não terminou . . . eu ainda estou aqui!

No Céu canta-se a vitória sobre os abutres, sobre os corvos e sobre todos os engodos. Os sedentos de misérias humanas, esventradores de podres recuaram aos seus covis, à sua bruma, ao seu próprio lixo, o qual não suportam, estão fartos. Querem lixo novo para alindar a sua lixeira. Remodelam a casa com lixo em vez de construir a própria vida, porque foram feitos para ser assim . . . ou não!
No Céu canta-se a vitória sobre o podre, sobre o mesquinho e doentio, sobre o esgravatar no lodo, na lama, sobre a perfídia disfarçada do "tão bonzinho que eu sou!".
O "bonzinho" faz birra, amua, faz beicinho para de seguida serrar os dentes num acesso de raiva por não conseguir o seu adorado fel, o visco dos pobrezinhos de espírito cheios de santidade.
O "santinho" consome-se por dentro, grita e vocifera o grito dos seus demónios, que o esmurram com tal violência, que o seu corpo transpira do esforço da contenção.
O "santinho", anjo dissimulado sofre . . .já não pode manter a má representação do péssimo personagem mal construído. É uma busca, quase amadora e sem qualidade, de ser um bom samaritano das boas causas.
"Mas ele é boa pessoa!", pensava quem tem dó de todas as criaturas boas à face do planeta, dó de todos os olhos doces de pupilas abertas carentes de mimo. Mas, ups! . . . Dó, mas é de mim que não mereço estes andarilhos pegajosos que procuram alimentar as suas dependências.
Não sou santa nem perfeita, não sou anjinho ou tenho pretensão a isso. Por favor, deixem-me ter os meus defeitos e aprender com eles, não me alimentes o que tenho de pior, não quero ser como tu!
Já reparaste que te meteste na pior situação?
Fizeste-me refletir a tua pior imagem!
"És má!!! Ruim!!! Falsa!!! Já não gosto de ti!!!!
Eu só queria dar-te o que tenho de melhor. Tudo o que sou. Mostrar-te o que sou, o meu ser. Queria apenas mostrar-te como te compreendo, que sei o que sentes e como sentes!
Queria mostrar-te que também já passei o mesmo que tu e eu só queria o bem às pessoas, eu só queria que soubesses que eu só queria fazer o bem a quem estava do meu lado".
Mas quem és tu para achares que o que achas que é o melhor para ti é o melhor para as outras pessoas?
E que tal aprenderes a observar, a estar atento?
Olha por exemplo, eu sou cheia de mim mesma, tenho um umbigo do tamanho do mundo e um ego . . . Meu Deus! . . . mesquinha, esquisita, estranha, mau feitio por detrás de carinha de anjo e de tanta bondade, mas sou terrível . . . sou mais uma armadilha andante e tu pisaste o risco, repisaste, mesmo depois de todos os avisos e voltaste a pisar, a arrastar a conversa mole, chata de coitadinho bonzinho, "eu fiz . . . eu aconteci . . . eu isto . . . eu aquilo . . . eu . . . eu . . . eu sou tão bonzinho!!!".
Olha lá pah!? . . . Mas . . . Quem pensas tu que és???
Obrigado pelo "estou contigo amiga . . .", obrigado mesmo! . . . mas soas a falso, a inconsistente, a falta de personalidade, porque ninguém é assim tão bonzinho!
Cuidado!
Acabou. O animal feroz já não se alimenta da desgraça alheia. Fim da gula.
No Céu canta-se vitória sobre mais uma batalha com abutres. Foram arrancadas as capas de anjinhos ao "coitado de mim que sente necessidade de deitar lixo porta fora", pior ainda, na porta errada!
 . . . Mas guerra ainda não terminou . . . eu ainda estou aqui!
 
 

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