terça-feira, 5 de novembro de 2013

Personagens . . .

Tenho uma coisa para te contar. Não era sobre ti!
Não és o único, nem alguma vez poderás ser. És apenas o que és e vales o que vales. 
Não és o centro das minhas atenções!
Calma! Relaxa o nervo!
Já houve tantos mais!
Tantos que deixaram uma centelha especial, que habitaram o mesmo espaço, nutriram-se da mesma emoção e sentimentos . . . e o quanto sabe bem rever mentalmente, recordar as coisas especiais que marcaram os melhores momentos, momentos especiais, mágicos!
. . . à la gaja o digo: Lindos!
Tantos foram cenário, protagonista, o senhor do enredo e o seu caminho seguiram . . . 
Além do mais não podes ser nada, nem uma coisa nem outra ou coisa alguma. Nem vou pedir para te convenceres disso. 
És algo muito melhor, muito mais interessante dentro de onde estás, és apenas ficção científica, fonte de imaginação, não um objetivo a atingir, algo pretendido . . . Não! . . . Nada disso!
Sei parecer que sim, não sei?
Eu sei . . . Eu sou muita boa nisto!
És apenas mais um personagem que cabe num pedaço de qualquer história, como qualquer outro personagem. Só isso!
Gosto de ver os personagens a acontecerem no mundo. Sustentam as fotografias verbais. Só isso. 
Não te quero!
Se te quisesse, marcava a minha posição, independentemente do mundo, independentemente das suas autorizações, independentemente de convenções, moral ou consciência e avançava em direção ao alvo pretendido sem medo, sem querer saber de mais nada ou de alguém, porque assim eu decidiria. Eu é que mando e decido na minha vontade . . . e eu não avancei!
Apenas roubei-te uns pedacinhos de pele e do teu movimento e colei-os num pedaço de papel para enfeitar o seu vazio. Roubei-te a ti, a ele, a ela, a eles e a elas, aos outros, às outras e a mim mesma, mas as peles e os movimentos são tão comuns, tão de toda a gente, ou não tivéssemos tantos do mesmo!
Não te quero, já te li e voltei a ler. Mas sabe bem ler-te, lê-lo, ler-la, ler-los, ler-las.
Se soubesses o que em ti leio e o quanto aproveito do que li . . . ui!
É tudo apenas parte de partes que compõem um todo, mas só parte do todo, o resto é tudo o que não quero saber, porque não sou Deus, não tenho essa pretensão, a não ser sobre o papel vazio, mas sim, no papel vazio sou Deus, sou eu quem decide quem é o dão e a Eva, o pano de fundo e toda a história ou pedaço dela. No meu mundo pictórico eu sou Deus!
Posso dizer que és um personagem e tanto, mas dos bons, dos que dá gosto ver atuar . . . és como uma enguia na água, é lindo ver-te esquivar no teu meio, tão depressa estás aqui, como ali ou acolá!
Todas as personagens são-no na vida real, na vida imaginária e na vida por criar. Todas são e tu és mais um, mas ainda bem que existes, porque animas, colores a paisagem. O que seria de tudo se tudo fosse um cenário vazio?
O que seria do imaginário se não houvesse o mundo dos personagens, ou será que existiria imaginação sem esse mundo?
Vá, não fiques triste por apenas te julgar mais um. É assim a lei das coisas, para uns somos o tal ou a tal, entes amados e quase venerados, para outros somos apenas mais um personagem, mesmo que com predicados mais rocambolescos, mas é apenas isso, predicados rocambolescos de um personagem.
Talvez seja melhor não mostrares o alívio, pode ser complicado para ti, não por mim, mas . . . guarda-o dentro de ti e respira fundo baixinho. 
Nunca deixes de ser apenas um personagem, porque a tua magia está aí mesmo, é única e se deixares de o ser, nunca mais terás a mesma piada. 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário