domingo, 3 de novembro de 2013

Um Pequeno Raspanete

Olha, manda mais postais, mas daqueles que dizem alguma coisa, alguma coisa útil, estilo, "Olá, estás boa?
Está tudo a andar ou quê?
Eu por aqui estou a atravessar uma coisa estranha, nova, pelo menos para mim. Custa como o caraças, mas a malta dá a volta a isto. Está um bocado difícil de aguentar o barco . . . não me lembro de sentir tanta vontade de gritar, mas a malta verga este empecilho!".
Olha e que tal perceberes que o mundo está a mudar?
Este mundo está a mudar, de facto . . . e por exemplo, eu não consigo caber nele, porque sou grande demais para mundos pequenos, disso eu tenho consciência, por isso mudo-me para um onde eu tenha espaço, um onde tenha coisas menos más ou pelo menos menos miseráveis.
"Ai o cão . . . o gato . . . o periquito . . . eu não sou capaz . . . e é difícil . . . e eu não quero . . .!"
Ya, ok, boa!
Ah, esqueci-me de dizer-te, isso é estilo 100% das pessoas em tanta coisa na vida, amiga . . .
Deixa-me que te diga, mas é normal e tu não és nada de extraordinário!
Bem-vinda ao mundo das pessoas com problemas, das pessoas que têm problemas, porque são pessoas, porque onde há mais que uma pessoa há diferenças e incompatibilidades, já para não falar dos curto-circuitos na cabeça de cada uma delas devido às suas limitações de seres imperfeitos!
As pessoas são duras, difíceis e não te fazem as vontades?
Ficam irritadas quando passas todos os limites e vais por aí a fora sem rédeas, como um cavalo selvagem em campo aberto? . . . mas no teu caso é mais o género bulldozer destravado numa descida que leva tudo à frente, boca destravada, sem filtro do que sai sem ver o que tem ou está à frente!
"Eu digo o que penso!!!". Eu também, amiga . . . mas há que saber o que deve ser dito, a quem, onde, como, em que contexto, circunstância, em que estado . . . Ah! e antes de dares opiniões olha para o teu estado . . . respeito as opiniões sóbrias seja no que for, agradem-me ou não, mas sóbrias!
Lembro-te, já passas dos trinta e tal, isto para ser simpática e não revelar os "enta"!
Ups, chibei-me!
Epah! "enta"!?
Epah . . . amiga, ou miga, como preferes que te trate?
Honestidade e franqueza nada têm a ver com dividir para reinar!
Criar discórdia para ser o centro das atenções não é, de forma alguma, o ponto da coisa . . .
Vais acabar sozinha! . . . Nem gajo, nem amigas, nem amigos, quanto mais mártires para te aturar!
Sabes, estou cheia de pessoas para fazer número. Já estou noutra. Comigo . . . esquece, já dei para esse peditório e não compensou nem recompensou!
Parecias daquelas pessoas ao estilo do pão-pão queijo-queijo. Gosto de gente assim, verdadeira, franca., mas só até mostrarem o grau do não presta e há coisas que não bate a bota com a perdigota. Ou és mais um daqueles casos que tem uma personalidade em função das tuas necessidades em relação aos outros?
Ah, ok . . . tens necessidades e dependências das quais não te queres livrar para jogar. As pessoas são peões num tabuleiro de xadrez?
Cuidado! Muito cuidado!
Vais continuar a agir como se todos tivessem que te satisfazer as vontades ou que tivessem de ser tuas amas de companhia?
Não o faças. Eu já esgotei o meu saco. Passaste os limites e mentiras, minha cara . . . Intrigas, caríssima?
Desculpa, bateste à porta errada!
Os amigos são a família que escolhemos e também me chateio com eles, solto-lhes os cães quando é preciso e resolve-se, vou frisar, resolve-se as fronteiras a não serem trespassadas e isto porque são pessoas amigas. Só as pessoas amigas sabem reconhecer as falhas e pedir desculpa!
Tem coragem para te olhares ao espelho e ver que o teu umbigo está cheio de cotão e transborda, olha para ti mesma!!!
Vá!!! Faz isso se tiveres tanta coragem como quando tens a língua destravada!
Então já olhaste? Não gostas do que vês?
Temos pena!!!
Já és crescidinha, sabias?
Deixa-te de merdas fúteis e vazias que já nem piada têm!
Olha a minha máscara caiu, afinal sou mais uma com máscaras, mas para filtrar o ar que respiro, e já não alinho nessa miscelânea de coisa nenhuma!
Deste-me a oportunidade de reforçar com tudo o que definitivamente não é para mim, mesmo!
Obrigado, esta agradeço-te mesmo. Desculpa não alimentar mais esse teu lado sórdido, mas não dá porque não quero, mesmo.
Mais uma vez, é um pouco mais de alguns sempre o mesmo!
É irónico como tudo se repete. Vezes e vezes sem conta, é por haver muito do mesmo ou é até aprender a ver o que está à minha frente?
Com caras diferentes, quadrantes diferentes, caminhos percorridos diferentes, mas no mesmo conjunto de cores, a mesma pintura, a mesma paleta de cores com as quais não consigo pintar o mais belo quadro, seja de dia, de noite, nascer do sol ou sol posto.
Destino ou teste? Quantas vezes chumbei no teste?
Chego à conclusão que boa parte disto tudo, das relações entre pessoas, são aparências que se dão bem com aparências, umas melhor construídas e fortes que outras, mas quando alguém decide tirar a máscara, ou a deixa cair por descuido, a coisa não corre bem, porque afinal não gostamos mesmo de pessoas, ou de algumas pessoas.

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