segunda-feira, 7 de maio de 2012

Realidade e ilusão

O coração não mente, deixa-nos atónitos com as suas verdades que a ilusão tenta iludir, mas o coração diz mesmo a verdade se a quisermos ouvir.
Fala tão alto ou tão baixinho quanto a nossa ilusão nos permite ouvir.
A ilusão é a euforia que toma conta de nós, porque queremos estar eufóricos, como uma droga que se apodera de nós e que não queremos largar, é viciante.
Viciamos-nos no desejo de desejar e de ser desejados, é uma droga que nos adormece a razão e faz perder a noção da realidade, porque é bom demais para ser verdade.
Procuramos esse estado de alucinação, deixamos o corpo ir, não se detém aos prazeres prometidos ou iludidos. 
É um mergulho no éter, no êxtase das mil sensações que não nos querem deixar descer à realidade, deixando se ser quem somos passando a um estado de imensidão e infinito, o Sol está dentro de nós, mesmo que estejamos nas catacumbas mais escuras da realidade. Há luz, porque esse estado de demência acorda-nos quando antes havia sono, o corpo quebrado e adormecido sem vontade de se mexer, onde o esforço era uma constante desabrocha agora o sorriso sem que seja solicitado, todo o rosto sorri, os olhos brilham e cheira a primavera, porque se está feliz.
Que a realidade tome e absorva a ilusão e o que era ilusão passe a realidade. Assim não mais os corações serão flagelados pela dura realidade oposta à ilusão, não mais haverá razão separada do coração e as fantasias passaram a ser condimento da emoção.

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