quinta-feira, 15 de agosto de 2013

NÃO . . . NÃO . . . NÃO . . .

Cerrei os punhos e bati com a mão na mesa, disse NÃO!!!
NÃO quero . . . NÃO tenho . . . NÃO posso . . . NÃO sou . . . NÃO vou . . . NÃO gosto . . . NÃO faço . . . NÃO sei . . . NÃO digo . . .
EU SEI DIZER NÃO . . .  
NÃO . . . NÃO . . . NÃO . . .
Nunca tão bem me soube dizer NÃO. Estou a perder o medo de dizer-te NÃO, sem medo, sem medo de rejeição, porque só cá estão quem tem que estar.
A luta é cruel, debatem-se os SIM contra o NÃO e ganha o NÃO.
A vitória é muito recente, ainda parece que ainda não aconteceu, tudo tem que ser reconstruído com melhores vivas, colocadas nos locais certos. O arrombo foi demasiado grande. As casas ficaram todas destruídas, esventradas de tudo o que era SIM. O TENHO QUE AGRADAR COM MEDO DE SER REJEITADA foi cuspido das suas profundezas e deixou um rasto de destruição à sua volta. As suas raízes estavam demasiado agarradas e emaranhadas a uma distância e profundidade assustadoras. A sua magnitude transversal atravessava todo o universo do SIM do NÃO do TALVEZ e alimentava-se o MEDO e PÂNICO DE ESTAR SOZINHA.
Não sou o caixote da lixeira do mundo, não sou assim tão vazia que possa parecer vasilha para vazar o esgoto que os outros não querem dentro deles. NÃO!!! . . . e O MEU ESGOTO, QUEM O QUER?
NÃO!!!!!
Ah . . . AINDA NÃO SOU PERFEITA, peço desculpa!
NÃO me apetece vergar, NÃO quero parecer para pertencer. 
Sou esquisita, estranha, excessiva? Provavelmente.
Tenho as minhas fraquezas e imbecilidades. Todos nós. Quero incomodar os outros com as minhas? NÃO!
NÃO QUERO ser mais uma, porque NÃO O SOU. 
NÃO TENHO que me imiscuir para fazer parte de algo, aceite por todos. 
NÃO POSSO ignorar quem sou nem o que sou. Não tenho a culpa que tantos se queixem de si mesmos quando criticam outros.
NÃO VOU ao que queres enquanto tiver consciência de mim, mesmo que por momentos me deixe adormecer e temporariamente perca essa noção.
NÃO DIGO o que queres ouvir apenas para que te sintas bem com o teu erro, com as tuas más escolhas e imbecilidades, com as tuas aberrações comportamentais.
NÃO GOSTO de ti, não porque não gosto de mim, mas sim porque o que és, pensas, fazes e dizes não é digno que qualquer apreciação da minha pessoa, em qualidade, valor ou quantidade.
NÃO FAÇO mais o que a carneirada tem que fazer, mesmo que tenha andado nos mesmos trilhos, dos quais orgulhosamente saí. 
NÃO SEI tudo, porque também eu ainda estou a aprender, também eu ainda estou a crescer e também eu ainda cometo erros de leitura.
Mas não está apenas quem é importante estar?
Não tem que ficar apenas o que é fulcral?
Escolhi o que escolhi, com a firmeza possível de quem começa a dizer NÃO. 
Começo a ver, e custa ver, que há tanto com o qual não sei realmente lidar, tanto lobo com pele de cordeiro vazio ou esvaziado, tanto cordeiro ferido, maltratado e transformado em algo indesejável aos olhos de quem ainda está a aprender a ler.

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