segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Parecenças e Ilusões

Como espectacular está a Lua!
O Sol pôs-se para que ela reflectisse o seu esplendor, para que ela dissesse que ele estava aqui e ela ali.
Como belo é o nascer da Lua, só porque o Sol se põe!
A Lua reflecte toda a beleza do Sol quando o Sol se quer mostrar belo no seu nascer noutro ângulo do mundo.
A Lua e o Sol cruzam-se no Inverno e afastam-se noutras estações para o seu novo reencontro, para dizerem que tinham saudades um do outro. A Lua reflecte o Sol dando a ilusão de um novo Sol posto espalhando a sua intensidade, assim como um rosto que se confunde com outro, mas não nos podemos deixar cair na ilusão. A Lua pode parecer o Sol posto, mas nunca o Sol será Lua nem a Lua o Sol, mesmo que lhes chamemos astros. Uma cara nunca pode ser outra, porque mesmo que se assemelhem, são pessoas diferentes a ser coisas diferentes. Mesmo que os rostos que se confundam, porque numa determinada luz certas semelhanças saltam à vista, se procurarmos no que se parece o original no que se parece com o original, estaremos a enganar-nos a nós mesmos e a quem se parece com quem gostaríamos de estar. É como a Lua que parece um Sol a nascer, mas nunca o será. Uma coisa é uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Cairíamos no engano querer adorar a Lua como o Sol e o Sol como Lua!
Assim é como alguém que nos foi ou ainda é querido não o podemos encontrar no que se assemelha, estaríamos a trair o parecido com quem queríamos estar na realidade e a perpetuar o que já deixou de estar, ou que já não quer estar, ou que nunca quis estar.
Tal como a Lua será sempre uma Lua, quem se perdeu será sempre quem se perdeu. Se nos quisermos iludir veremos o Sol na Lua, quando a cor vermelha será sempre o reflexo do Sol, e nada mais que apenas um reflexo e não a coisa em si.

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