domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quem serve para . . .

Não é fácil, nem é justo, não deveria ser permitido fazer-se alguém pensar que possamos sentir alguma coisa que esse alguém gostasse que sentíssemos. Não consigo, é angustiante. Mais uma vez a pergunta se impõe, o porquê de não nos conseguirmos apaixonar pelas pessoas que gostavam de nos fazer feliz, que vemos que nos querem dar o melhor que se pode dar. Onde está a justiça para com essas pessoas? Ainda mais que estamos, não raras vezes, nessa pele tão frágil e vulnerável.
Quantas vezes já repeti que o homem que amamos e que queremos ao nosso lado tem que ser o nosso melhor amigo, o nosso compincha dos melhores e piores momentos, o nosso companheirão com quem rimos e choramos, que nos dá o ombro, o ouvido e uma palavra quando precisamos, é o nosso parceiro  com quem brincamos como crianças sem preconceito ou julgamento, que nos ama tal como somos.
"O que interessa é a cabeça!", então, por este raciocínio, basta que essa pessoa seja um excelente amigo???
Então quer dizer-se qualquer excelente amigo serve?
Basta que a pessoa seja uma excelente pessoa???
Então quer dizer-se que qualquer excelente pessoa serve???
Então porque anda tanto excelente amigo e excelente pessoa sozinhos???
Afinal, quem devem ser os nossos excelentes amigos???
Podemos ter amigos e o que é que eles devem ser e fazer???
E que tal se perceber que o que faz a diferença é quando queremos tocar o corpo dessa pessoa, sentir os seus lábios nos nossos, o quente da sua pele na nossa, com barba, sem barba, alto, baixo  gordo, mediano, ou magro colado ao nosso corpo, sentir o caminho do êxtase e finalmente glorioso som do culminar máximo de toda a entrega?
Não é por ser feio, não é por ser bonito, não é por ser simpático, ou excessivamente inteligente e culto, a coisa simplesmente é pelo que é, porque algo puxa, porque algo nos move, porque sentimos a falta da presença dessa pessoa, do companheirismo, da cumplicidade que nos faz rir sem dizer uma palavra, bastando apenas um olhar . . . um suspiro que adivinha um beijo, um beijo que adivinha uma mão que escorrega pelo ombro até à mão ansiosa por ser tocada e aquecida pela outra mão. É mais que algo que se toca e que se sente transformar, é químico e irresistível, mas como tudo o resto está lá presente a consciência não se deixa apagar e mede cuidadosamente cada palavra, cada ato, cada movimento do ser e o caminho que se percorre passa a ser consciente do 1+1=2 e de que 2-1=1, o resto se conduz por si mesmo.

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