quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Lamento que tenha sido só agora!

Acho que ainda não disse tudo. Faltam palavras a meio, porque no meio de tudo está a virtude e virtuosa não sou.
Falhei às pasadas a mim mesma aos outros, a todos, e a final de tudo, a ninguém, eu fui o que fui e a cima de tudo sou eu mesma, a que gosta de conseguir agradar, fazer feliz.

É difícil dizer-te adeus, aos hábitos que criei em mim, a tudo o que eu gostava e que de repente acabou, ou acabaste. Sim, acabaste. Fartaste-te ou nunca exististe mesmo tal como é suposto existir-se. 1+1 é igual ,supostamente, a um maior, o nós, ou dois muito distantes . . . água e azeite não se misturam!
Eu sou água e tu azeite. Eu moldo-me à superfície e tu recolhes-te em ti mesmo. Eu moldei-me a ti e tu a ti mesmo.


Criaste a fonte das esmolas, foste o criador do "adoro-te ao longe, porque a tua voz incomoda, é em quantidade a mais, é muita, é demasiada.
Adoro-te, mas não muito, não o suficiente para superar o que quer que seja, porque afinal eu não gosto de ti o suficiente!

És venenosa, tanto veneno . . . isso faz-me mal!
Há três dias que não dava uma queca. Já estava . . ."
É duro querermos alguém perto, que nos quer, mas pouco e de preferência ao longe. É estúpido, não faz sentido, é ridículo. Depois é como uma carraça que se pega a nós num local onde não chegamos e continua a consumir-nos o sangue. Ficamos à espera que a carraça rebente de tanto sugar, ou que alguém a arranque de nós e nos cure a febre e a ferida que dói quando se arranca a bicha.
Passou uma semana e meia desde que deixaste cá a carraça, essa pestilência sangue suga que alimenta a tua indiferença, que te faz sentir que eu não existo e nem nunca existi. 
Carregas a peste, a dor, o sofrimento. Arrastas a mortificação contigo como uma sombra escondida atrás da sanidade que desejas ser, que desejas sentir.
És metade homem, metade menino que ainda não saiu debaixo das saias da mamã. Procuras a mamã nas mulheres com quem te cruzas e te entrusas. 
Procuras quem não te queira para que sofras muito e te arrastes alimentando o teu sado-masoquismo. Procuras outro sado-masoquista que queira fazer-te sofrer e consumindo o próprio sofrimento. 
Realmente isso não é para mim!!!
A minha loucura foi abrir-te as portas de parte da minha vida, de parte do meu coração, de parte do que me fazia vulnerável à tua esmola.
Obrigado por teres posto fim a este sofrimento, a esta tortura, a esta loucura disfarçada de sanidade, sem ponta por onde pegasse.
Obrigado por não quereres estar comigo e por não chegar a conhecer o teu lado sádico na sua forma mais requintada. O meu corpo não é objeto de tortura que podes inflingir dor a teu belo prazer. 
Obrigado por teres saltado fora . . . mas lamento que tenha sido só agora! 


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