sábado, 6 de abril de 2013

Brilhantes Palhaços e Arrogantes

Brilhantes palhaços se bamboleiam na sua arrogância intelectual, esfumaçada pelo verde da natureza transformado em aliviador promíscuo das dores e insónias.
Distantes, que se querem atrair sem que o todo seja penetrado, com a máscara de simplesmente ser. . .  mas distantes. Atraem a presa pela distância, pelo mistério inantigível, despontantes de curiosidade viperina e libidinosa.
Brilhantes palhaços e gozões das vulneráveis e frágeis presas, puras, tontas e incandescentes pelo mais efémero e lascivo olhar, disfarçado de mera casualidade . . .
Palhaços imigrados para um novo, mas velho mundo, onde o povo se mistura com tudo e tudo se mistura com o povo. Nada é o que parece e tudo parece com nada, muito do tudo é o querer ser e parecer estar, alguns são o ser e muitos, tantos, mas tantos são apenas o apenas parecer. 
Não consigo ser o parecer ser, não consigo ser o parecer estar, nem parecer . . . faz-me perecer . . . deixar de ser, sai apenas um algo artificial que tão miserável é que nada deixa aparecer! . . . é muito mau, é inútil e inapetecível, é mesquinho e ausente.
Virtuoso palhaço real, verdadeiro, entretens a minha curiosidade e dás respostas que soam bem, és inatingível aos meus intentos de donzela pura, casta, maravilhas a minha inocência e espanto me deixas.
É triste ver a veneração, a tua deusificação por pobres pedintes de tudo o que os possa preencher e torná-los gente. Deusificam-te sem verem o que realmente és, apenas mais um palhaço que entretem os que outrora te pagaram para o seres. 
Procuras deixar de ser palhaço, tentando ser gente normal, gente diferente do resto de toda a gente. Procuras mostrar que és, apenas e simplesmente que és, mas és palhaço que tenta não o ser. És, aos teus olhos, glória de ti mesmo, compacto e duro, frio e distante, porque assim és, ou não. Palhaço duro e inalcansável, de ser desejado sentes desejo, sede de outros como tu tens, na esperança de seres e te manteres assim como és.


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