quinta-feira, 21 de abril de 2011

Realmente . . .

Realmente quando digo que isto é sério, é ralmente sério, ou será que estou a fazer o que fazem as viúvas alegres, que para fugir ao luto e à dor da perda, agem como se nada fosse para elas, que a pessoa apenas morreu!
Tudo o que deixarão de viver, por muito estúpido que o defundo tivesse sido em vida, é tudo o que querem fugir para não sentir a falta, substituindo por outras coisas que dão prazer, mas o luto por ser vivido está lá e estoirará um dia!
Afinal, o luto das coisas é mesmo isso, o que está dentro de nós e que tem que ir sendo resolvido aos poucos, a sanidade vai ganhando espaço e vemos do que é que nos libertámos.
Eu não quero ser a viúva alegre que faz tudo para fugir ao luto ou como a avestruz que enfia a cabeça dentro de um buraco!
Mas é o que está a acontecer!
Heis que a dor é maior que tudo e a minha mania está ao rubro com ideias fluminantes de coisas espatafúrdias e com intentos grandiosos!
O facto é que me vi livre de coisas que me incomodavam profundamente! . . . Isso é um alívio!
Mas há outras das quais ainda não fiz o seu luto e tenho medo que quando menos esperar desabar em lágrimas quase fluviais.
O que é certo é que sinto uma alegria que me assusta . . . é esse de repente que me assusta e muito!
Sim, é a minha fuga ao sofrimento. É a minha dor em forma de euforia, é o meu medo em forma de indiferença, é o meu grito em forma de cantoria.
Sim, mas tremo por dentro, porque a minha letargia me tolhe o pensamento e os meus horizontes, porque me faz ignorar o que não quero ignorar e consumir-me com o que é suposto estar desaparecido.
Realmente quando digo que isto é sério, é mesmo muito sério . . . 

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