quinta-feira, 10 de abril de 2014

Mais cruéis que os punhais . . .

Mais cruéis que punhais são os sentimentos que vão e vêem sem pedir perdão ou licença para entrarem ou para sairem, sem mais nem menos, sem mais nem porquê . . . vão e vêem . . . vão e vêem e voltam a ir e a vir, a vir e a ir.
Cruéis e sem querer saber por onde andam, como se fossem senhores de si mesmos, senhores do que quer que toquem ou se encrostrem, usam de soberba como soberbos que são, usam da arrogância como arrogantes que são, rebeldes sem causa, quais sevagens . . .
E assim que vivem os sentimentos e as suas emoções, sem rei nem roque, sem freio, como as águas veloses e violentas do rápido mais revolto.
São pedantes e instalam-se como se regressassem às suas posses. Não somos nada perto deles. A razão encolhe-se de medo de se manifestar com receio de que estes senhores se revoltem e condizam toda a vida em direção ao cadafalso sem retorno.
A mistura fina dos seus artifícios é embriagante. Por onde passam os sentimentos e emoções deixam tudo em desalinho, não importando a ordem original. Por onde quer que passem, já nada volta ao que era antes; onde havia ordem, agora é o caos, onde havia caos, não melhora nada apenas muda-se a ordem do caos, onde havia paz, agora é desassossego, onde havia desassossego, agora anda tudo pelos ares e nada melhora para melhor senão os orgasmos que vêem do fundo da alma, de onde vem toda a rebelião, toda a confusão e turbilhão desenfreado . . . e apenas porque chegaram os senhores do apocalypse racional, os senhores do fim de toda a tranquilidade racionada e doseada a conta gotas para restar para os restantes dias.
Mais cruéis que punhais ferem os sentimentos alimentados pelas emoções cumplices nas demandas do que quer que os sentimentos demandem. Saltam de todas as células, rompendo com todas as membranas para se entrusarem como um virus que ataca pela calada e quando dás por ti estás todo, ou toda, minada ou minado. Quando dás por ti não sabes se queres que a doença se cure ou se queres ser um doente crónico e aguentar os desconfortos de estar contaminado pelo virus que se istalou sem que desses por isso.
Os sentimentos e emoções têm vontade própria, entram porta a dentro e nem sequer perguntam se podem entrar ou instalar . . . arrombam a porta e a passos largos já entraram e largado os seus despojos por todo o lado assim ficam . . . por onde passam deixam o seu rasto, largando uma coisa aqui outra ali como se despissem as suas vestes que largam por todo o espaço que percorrem. A sua pedância não lhes dá lugar para espera, são escaldadiços e querem ir em frente, mesmo que o sinal de proibído seja do vermelho mais luxuriante, simplesmente avançam e continuam a avançar. Onde havia uma porta fechada, abrem-na, onde havia uma porta entraberta, escancaram-na, onde havia uma barreira alta, tentam trepá-la, one havia um pequeno muro, derrubam-no, onde era campo aberto, passa a ser campo minado de minas cuja explosão é averdadeira libertação de todas as sensações que desligam a razão e fazem o corpo ceder em direção ao outro corpo que está a ser atacado . . . e já sem defezas quer continar no seu estado de contaminação . . .
Corpos contaminados, mentes alienadas pela anagogia luxuriante por vontade dos sentimentos e emoções em corropio sem rei nem roque, sem rédeas ou freio, servem de escravos aos deleites dos lordes . . .
Cruéis como punhais são os sentimentos e emoções que tão ébrios nos deixam que nada do que existe realmente existe, até que a cobardia dos sentimentos ganha terreno perante o perigo da visão toldada pela névoa com sabor a algodão doce, sweet poison . . . mas como tudo chega ao seu fim, a razão desce ao terreno minado para desinfetar com toda a sua frieza toda a réstia de vontade desenfreada . . . e de novo o caos antigo volta a ser um caos, mas numa outra desordem, a porta que antes foi entraberta volta ao estágio de fechada e tudo e tudo volta a um estágio semelhante, mas nunca como o que havia antes.
A ilusão do imutável dá espaço ao algo novo dentro do alguma coisa que se reforça e protege . . .
A razão é o salva-vidas quando os sentiemntos e emoções deixam por todo o lado o seu rasto de destruição e impureza . . . e mais uma vez a repudiada, aparenemente fria e desligada razão aparece para retirar dos corpos do seu desespero por novo ar . . .
Mais que cruéis são os sentimentos e emoções . . . até que um dia . . . tomaste o comando do leme . . .

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