quinta-feira, 25 de julho de 2013

Irmão de sangue . . .

Não bate certo, é errado, não faz sentido, é absurdo, ridículo. Irmãos de sangue . . .
É uma coisa que nasce do mesmo ventre que nós, mas que connosco nada tem a ver, é como se o útero de uma mulher não fosse mais que uma fábrica de gerar coisas que todas montadas e no sítio certo vamos depois lhe dar um nome e dizer que é um ser humano, apenas porque foi gerado no ventre de uma humana. 
Quando nascem ao mesmo tempo chamamos irmãos gémeos e quando nascem separados por anos, que um é mais velho ou mais novo, em função da ordem. Mas não deixam de ser coisas. O que lhes é programado é uma coisa diferente . . . Há quem chame a isso educação, mas eu continuo sem saber o que é que programam realmente nessas coisas a que mais tarde lhes chamam pessoas.
A culpa é dos pais, mas já há quem diga que é dos avós, outros ainda dizem que a culpa é dessa coisa a quem chamaram pessoa, só porque essa coisa pode escolher. Por mim, não sei o que pense, o que diga ou ou o que faça.
É estranho. Na prática nasci depois de uma pessoa, mas porque deveria eu pensar que essa pessoa podia gostar de mim!
Não consegui mentalizar-me de que os irmãos não têm que se dar bem, não consigo compreender que os irmãos se olhem e achem que o outro é ridículo apenas porque não pensa da mesma maneira.
Eu não sei o que lhe fiz!
Que diabo tem ele no corpo?
Qual é a parte do "ESTÁS A SER UM MONSTRO" que ele ainda não percebeu? . . . Ah! . . . ainda não lhe disse?!?  . . . Pois é, já me esquecia que ainda não foram pronunciadas estas palavras!
Que culpa tenho eu da tua infelicidade?
Que culpa tenho eu de não teres os progenitores perfeitos?
Esqueceste-te que são os mesmos progenitores imperfeitos que os meus?!? . . . Lamento dizer-te que são os mesmos!
Pau mandado das mulheres e aceitas lixo como se fosse luxo. Não fosse a tua progenitora a ver que te ofereceram lixo e a colocá-lo onde ele pertence, amaciavas a pele do teu rebento no rançoso óleo oferecido por uma não menos rançosa anciã, do mais vil instinto e corrosivo ser. Mas o feitiço é um doce veneno que te embriaga e te faz esquecer quem sacrifícios por ti fez, quem te protege mesmo que desdenhes e ignores como se não existisse. 
Queres um séquito à tua volta para te venerar e serem teus escravos. Queres copiar a feiticeira frustrada, ruim e pior que todo veneno do mundo, que veneras e que te apaparica com mais doces feitiços deixando-te dormente, sem capacidade de agir porque o teu vazio encheu-se do feitiço da Lua Negra, aquela que te cega e insignificante te deixa dentro de ti mesmo.  
Onde está a tua inocência, a tua pureza, aquilo que faz de ti uma pessoa, aquilo que faz de ti gente?
Tens ódio pelas pessoas erradas, tens desdém pelas últimas pessoas por quem poderias senti-lo. 
Porque ainda te protejo? Não sei, é tal vez parte da minha cruz! . . . Ou estarei eu a proteger-me a mim de mais sofrimento? . . . Esta última é bem verdadeira, mas certeza porém que a verdade virá ao de cimo e aí, esquece, não poderei mais defender-te, porque nem tu nem eu saberemos se estarei cá para o poder fazer!

Sem comentários:

Enviar um comentário