quinta-feira, 3 de julho de 2014

Está de partida . . .

Partiu ou está de partida  . . . Assim escolheu, assim seguiu.
Partiu ou está para partir . . .
Às vezes custa meter na mala a primeira peça de roupa, o primeiro sapato, o primeiro do que quer que seja que será o último a sair. Os primeiros serão sempre os últimos a sair pela ordem das coisas, são a base . . . passam a ser a base, os pilares fundadores, neste caso são apenas coisas, objectos que se acumulam a cada passagem por cada espaço, por cada vida de cada pessoa com quem nos cruzamos, a cada passagem pelas vidas de tantas ou tão poucas pessoas.
Partiu, está de partida ou quase a partir, mas a partida é apenas uma pequena parte da coisa, é um apontamento que se desloca para cada mudança que se repete no espaço e no tempo, ao longo do tempo.
Leva uma mala, mas nessa mala há mais que o que todas as outras malas carregam, cada peça que a enche está cheia de tantas outras coisas e outras peças que montam o puzzle que ainda está incompleto.
A triste princesa acomoda o chapéu à sua cabeça e esconde a cara para que não seja visto o seu semblante entristecido pela espera do transporte que a levará para longe. Por muito que soubesse que seria assim, não deixa de sentir a tristeza das saudades antecipadas de tudo o que mais gostou e gostou mesmo, por breve que fosse a sua estada, mas intensa como uma vida.
A princesa está de partida para onde começará muita coisa do zero, não tudo porque cada capítulo é um nível diferente do jogo com dificuldades diferentes, onde existe a oportunidade de corrigir velhos erros, pôr em prática novas aprendizagens. Não é começar de novo, é desbravar um novo terreno onde algumas provas se repetem para aperfeiçoar o que aprendeu e reforçar outras já adquiridas, é apenas a página seguinte porque a sua história continua.
"É a vida . . ." dizem os mais velhos, mas o facto de fazer parte da vida é sinal que se existe na vida, na mais pura da sua essência que é mais que simplesmente viver.
Todas as partidas custam, sejamos, fortes, fracos, muitos frios, ou nem por isso. Tudo custa mesmo que assim tenha mesmo que ser, mesmo que desejemos há muito essa partida, mesmo que queiramos muito essa mudança, custa sempre muito, porque custa partir, de uma labuta para outra, um aconchego para outro, de um lugar para outro, de uma vida para outra . . . Custa sempre, seja para que pólo for . . .
Ela está de partida e o momento é solene. Levanta o rosto, ainda com alguma resignação, endireita as costas enquanto deixa o vento morno bater na tez, inspira fundo, enchendo o peito de ar e avança para onde deve caminhar. O mundo espera-a, sem cerimónia, sem fanfarra, sem grandes exuberâncias ou demasiados floreados, apenas está à sua espera.
O que atrás fica, no seu peito está bem aconchegado, no mais caloroso cantinho do seu coração, naquele cantinho reservado às pessoas especiais, as que são para sempre cujo tempo ou espaço deixou de existir, porque vão estar sempre lá.


Um Grande Obrigado:

Nelo, Bela, São, Rafael, Madalena, Fernando, Patrícia, Vera, Maia, Paula, Sara, Antónia, Fernando, D. Domitilia, sr. Carlos, Sara por terem feito parte de mais um capítulo da minha história :)

Bem Haja a Todos!





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