domingo, 5 de agosto de 2012

Platónico . . .

Platónico, que assim seja ou fosse, o que importa se eu gostava, se me dava vontade de te ver, se me dava vontade de ousar invadir-te. Não começa tudo no platónico, no que imaginamos, porque se sente atraído, porque se gosta dessa atenção, porque apenas estamos a gostar de algo diferente?
"É ilusão, estás iludida, é uma perca de tempo . . . ainda te vais queimar . . ."
Quando se sente o que quer que seja por alguém com as cores do desejo tornamos-nos cegos, néscios, a razão não tem lugar, a audição aos concelhos dos amigos fica entorpecida deixando passar apenas algumas mensagens. O poder das emoções e vontade do corpo cegam a alma.
Sabemos o que queremos sentir, sabemos quem queremos que o faça sentir, o que se vive internamente é demasiado poderoso para que a razão possa espreitar, sejamos crianças, jovens, adultos ou idosos. Neste campo não existe idades, não há classes sociais, opções sexuais, etnias, raças nem credos . . . apenas querer, vindo do mais profundo desejo de se estar com quem nos desperta estes ímpetos, mediados quando a razão começa a conquistar espaço para evitar o pior . . . leve o tempo que levar até o corpo e o espírito ceder à mente.      
Vou sentir falta dessas subtilezas, do ritual platónico, do mar de fantasias para as quais foste alimento, água, complemento.
Mas com um só gesto destruí tudo isso, os gestos que se seguiram fizeram um estrago ainda maior.
A razão chegou e ocupou o lugar para tentar salvar-me da minha imbecilidade. 
Nada posso fazer que não seja viver e deixar viver. Custa tanta destruição massiça, mas nada posso fazer para alterar o passado. Tirei o meu time de campo, fugi porta fora. 
Deixo-te seres quem és, onde queres ser, com quem queres ser sem o incómodo ou estorvo da minha presença.
Nada me serve arrepender, mas a vida continua . . . o que tem que ser muita força e o que tiver que ser assim soará!

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