Não sabes porque estás sozinho, mas eu sei.
Não sabes porque te sentes só, mas eu sei.
Às vezes não sabes porque é que os outros te fazem sentir que és sozinho, eu sei e como sei . . .
Não te sentes como os comuns dos mortais, que são tão comuns como tu. Sentes-te no topo do mundo, mas ainda não atingiste o céu . . . não dizem que o céu é o limite?
És algo inexplicável que eu adoraria conseguir explicar ao teu ego ferido de quem foi magoado, de quem se tornou agressivo passivo, apenas para não envergar a espada e cravá-la esventrando com toda a raiva e ânsia de destruir a dor que te acompanha desde que acordas até que te deitas.
És ocupado, muito ocupado, porque ocupas o que queres que seja ocupado não por ti, mas pelo amor que suplicas silenciosamente.
Sentes-te como se estivesses no meio de uma rua vazia, abandonada, apenas com marcas de pedaços de vidas, invadida pela tempestade; ao menos que algum relâmpago rasgasse o céu breu e iluminasse, nem que fossem por uns segundos, o que desejas resplandecer.
Olhas o céu, com a cara salpicada pelas fartas gotas de água, e perguntas em pensamento "Porquê meu Deus??? Porquê??? Porque é que não me compreendem? Porque não vêem em mim o que em mim vejo, porque é que os outros são mais atrativos, interessantes e apaixonantes que eu?
Olha bem para mim! Já viste o que fizeste de mim? Já olhaste bem para mim?????
Eu tenho mais que eles, sou melhor que eles, eu fui mais longe que eles!
Eu minto? Eu minto e invento mais??? SIM!!!
Mas o tanto que tento!!!
Porque é que não gostam de mim? . . . de mim!!!"
Olhas para dentro de ti e vês o quanto sofres pelo que verdadeiramente queres, imploras e suplicas.
Tens tudo, mas não tens nada, gabas-te de tudo o que fazes para que gostem de ti e procuras magoar, porque em dada altura não olharam para ti.
Guardas rancores antigos, mantendo viva a fera e fresca a sua ferida.
Não sabes, mas consigo olhar e ver o que está dentro de ti fingindo que não percebo e deixo que te julgues superior . . . se isso te faz sentir bem, assim deixo! . . . mas olha, um dia deixo de fingir e aí serei implacável desferindo o mais profundo golpe no teu ego ferido e jorrarás todo esse sangue infectado e envenenado pela raiva e rancor do traidor expulso do paraíso.
Voltarás a sentir-te leve, saberás o que é ser-se verdadeiramente realizado sem precisar de implorar, suplicar que gostem de ti, porque dentro de ti estarás preenchido e cheio de esplendor.
Renasce livre, emanando luz de dentro de ti.
Assim seja.
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