Deixei de estar presa. Tenho na alma livre como o vento, como oxigénio.
Respiro em plenos pulmões, respiro com vontade de viver e avançar.
Superados alguns dos obstáculos, são-no agora apenas belas montanhas com os seus cumes repletos da mais branca mas gelada neve, que quando observo de longe vislumbro com a noção de beleza a sua majestosidade, o sentido da sua existência, a importância e a falta que faz ao local a onde pertence. Afinal foram o caminho para chegar onde cheguei dentro de mim.
Mas quando olho em frente vejo mais montanhas, parecem todas do mesmo tamanho, mas mais pequenas, separadas pelos rios e as suas margens verdejantes; vistos daqui esses serpenteados rios parecem calmos e serenos. Mesmo com o Sol a reflectir nas águas, aparentemente calmas, vejo a humidade nebulosa do ar que ora transparece o fresco de uma manhã de Outono, ora transparece a névoa matinal aquecida pelos raios de Sol de um dia solarengo de Verão.
A beleza das coisas superadas aumenta à medida que nos distanciamos delas. Sentimos-nos no topo da montanha mais alta e finalmente conseguimos contemplar o todo, porque este é o êxtase da superação, é a imponência do nosso poder sobre tudo o que é ultrapassado.
Sem comentários:
Enviar um comentário