Sinto-me o escritor pobre. Tem um ego do tamanho do universo e dois feridos. Não há quem o console. Tudo é pouco ou mesmo nada. Nada lhe dá alegria mesmo que esteja paupérrimo. Quer tudo de tudo menos o que não lhe agrada. Caminha doce no meio das trevas, da penumbra e entra pelo dia a dentro.Sente-se triste porque não gosta mais de pessoas, sente-se só e triste. Nada o consola que não sejam as suas letras, as suas tristes letras que falam de coisas que nunca quis, nunca quer e nunca irá querer. Conhece o mundo aos poucos, muito poucachinhos, porque o seu ego não lhe permite ir mais longe. Abrange o mundo, mas não se deixa abranger por ele. Ingrato. Não sabe agradecer os ecos mudos de quem quer falar sem o perturbar, não reconhece quem de mão estendida o tenta ajudar sem nada que peça em troca. Quer tudo e não quer nada menos aquilo que não lhe agrada.
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