Gostava de ser como todos os poetas que escrevem coisas boas. Sou poeta, mas não sou. Escrevo, mas não escrevo. Dou nomes às palavras que me escolhem a mim para escrevê-las. São belas, como são bonitas ,belas as doces palavras, bonitas e belas.
Dou nomes às coisas belas sem que elas precisem de nome, de alcunha ou um veredicto. Pura e simplesmente chamo nomes às coisas.
Sem espera as coisas esperam que sejam escolhidas ou nomeadas para dar vida a outras coisas, coisas essas que dizem ainda mais coisas, umas belas outras nem por isso, mas são apenas coisas.
Dito está o que são as coisas das coisas, a sua beleza enorme e o que escondem atrás de pequeninas coisas.
Mas tu vês, tu escreves essas coisas e as coisas lêem-se a sim mesmas, como de senhoras coisas se tratassem, com toda a sua importância e imponência de um Rei perdido no seu castelo, rei e senhor de todas as coisas. Ele não se precisa a si mesmo, ele colhe e destrói o desperdício, como o que sobra é mesmo isso, sobra.
Dai as vozes a quem tem palavras para dizer. Não se esconda o que tem muito para bradar. Não se imiscua de si mesmo quem palavras poucas tem para dizer. É obra amiúde, pequeno aos poucos.
Se soubesses quantas são!
Dirias que não é nada . . .
Peça perdão às palavras e não as condenes por serem o que são. As que querem dizer alguma coisa dizem, as que não, não!
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