Por vezes o passado vem ter connosco com um sabor a saudade. Deixa os nossos olhos a brilhar e a mente baralhada. Afinal há histórias que nunca têm fim, mesmo que o desenlace não seja o mesmo do início.
Os sentimentos acutilantes apagam-se, outros resolvem-se.
As memórias das coisas boas ganham uma cor diferente, amadurece-se o sentir, mesmo que a euforia de um recordar tome conta de nós.
Senti falta deste ti que revi, deste ti que há tanto andava desencontrada, este ti que nunca esqueci, que nunca deixei de sentir falta, deste ti que hoje me orgulho de ver como um irmão adorado, que nunca esteve longe, porque esteve sempre dentro de mim. Mas . . .
Não existem neste canto do universo vocábulos, parábolas, ou analogias mais descritivas que a estrada, o cruzamento e os olhares que se tocam.
Nunca te procurei, tive medo. Mentira. Procurei-te, e vi-te ao longe, à distância de um teclar, à distância da falta de coragem. A curiosidade foi mais forte que eu, mas não o suficiente para te dizer que te queria encontrar e dizer-te simplesmente, desculpa.
Tantas vezes quis te dizer que nunca deixaste de ser o ti, mesmo que os acontecimentos da vida mudassem variadas vezes a ideia, mas tu és e sempre serás o ti!
Tu sempre foste o ti mais importante da minha vida, até ao dia em que me esquecerei de ti, até ao dia em que os meus olhos não mais verão, até ao dia em a minha boca não se moverá, até ao dia que as minhas mãos jamais tocarão, até ao dia em que o meu coração cansado bombear o último litro de sangue que corre louco pelas minhas veias, e disser a si mesmo que completou o seu trabalho nesta jornada.
De mim para ti.