quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não me ligues, porque se não eu atendo . . .

Não posso falar contigo, pelo menos muitas vezes. Não vês que me magoa?
Não posso falar contigo tantas vezes quantas eu gostava. Não vês que quero por demais?
Não posso atender-te quando me ligas. Não vês que quero atender, mas não posso, porque quero por demais estar como não queres estar?
Não me ligues se não atendo, não porque não queira, mas sim porque quero e muito.
Não me perguntes o porquê, porque não quero responder, não quero ouvir o que me podes dizer e eu não quero chorar, não aguento ouvir o que não queres que eu queira.
Como as flores, eu vejo-te como uma flor bela, eufórica, criança cheia de frescura, que ainda não encontrou o seu lugar.
Andas na eterna procura de ti mesma e quando te pedem colinho cruzas os braços como uma gaiata travessa, baixas o queixo, franzes os sobrolhos e apertas os lábios um no outro contrariada, porque te pedem o que não queres dar. Ficas tão linda assim!
És linda e por mais feia que te queiras fazer, és e serás sempre linda, com o teu ar carregado de inocência, quase púbere, no corpo de uma mulher feita, mais ainda, perfeita.
Não me ligues que eu atendo. Não quero falar contigo para não ter vontade do que não posso ter, do que quero possuir como minha, como só tu saberias ser, apenas minha, nada mais que minha.
Não me ligues, olha que eu atendo e não vou saber o que dizer, apenas pensar o quanto te amo, o quanto ainda te quero e o quanto te quero esquecer. Por favor, não me ligues.
Olha, faz de conta que parti, que fui para muito longe e agora não posso falar contigo. Faz de conta que conheci o amor da minha vida e que deixei de estar neste quadrante à tua espera, que já não tens acesso ao que adoro que tenhas acesso. Esquece ou faz de conta que te esqueceste do meio de chegares até mim, que o perdeste em mais uma das tuas infindáveis viagens ao outro lado do Universo, ou nesses mundos meio ensandecidos onde te deixas perder de vez em quando, esses que não entendo o que lá vais fazer.
Não posso falar contigo, por favor, não entres de novo na minha vida. Deixa-me estar. Agora estou bem. Aqui estou bem. Deixa-me estar.
Lembras-te do quanto encontrámos a solução para a fome no mundo, para a falta de honestidade, para a corrupção e para o fim das guerras?
Lembras-te do como sonhámos viver num mundo perfeito e como o tornaríamos perfeito?
Pois, eu lembro-me e bem, todos os dias, porque todos os dias te vejo. Não me deixas não ver-te. Não deixas que eu te torne um ser que me é indiferente, que não desejo, mas estás sempre aqui, umas vezes lá, outras ali.
Bolas! Porque é que tens que ser assim, bela, perfeita?
Pelo menos para mim és. És tudo o que não posso ter, tudo o que nunca deixei de querer e lembro-me de tudo isto vezes e vezes sem conta até todos os meus adormeceres. És verdadeiramente bela, em toda a tua essência, em todas as tuas formas, com elas ou sem elas . . . as formas!
És mais que tudo o que desejo, musa, tusa, tela onde pinto o que sinto em guache, pastel ou aguarela.
És tudo, muito, pouco ou nada, mas és sempre e para sempre bela, na minha pintura, música ou sobre a minha pele em forma de farpela.





É da época do ano . . . é do Outono!

Traí-me, não percebi o porquê, mas é o que me apetece. É da época do ano, as folhas estão a cair, o pôr do Sol chama dois braços para abraçar, as cores chamam o olhar, o ar pede que o cheire, as nuvens que dão vida ao laranja do fim de tarde e fazem-no ainda mais belo, os impossíveis tornam-se maravilhosos e os possíveis banais.
Traí-me. Não sei se por bem, se por mal, mas traí-me.
Tu és o errado, o impossível, o que ficará apenas nos sonhos, na imaginação, nas eternas aventuras que nunca irão acontecer, as mãos dadas que não se darão, os lábios que nunca se encontrarão, a pedra em que tropeçarei para te encontrar, que estará no caminho para eu tropeçar, mas lá não te irei encontrar.
Venci por momentos, mas perdi a guerra. Agora, sou eu quem o diz, mesmo que nunca tenhas percebido que eu estava em guerra, em guerra comigo, por coisas insignificantes, coisas sem sentido ou valor algum, porque tu não significas nada, mas eras o insignificante que me apetecia que significasse alguma coisa. Tens não sei o quê ou o "je ne sai quoi", mas aquele que dura apenas por algum tempo, porque tens esse não sei o quê que mais que me baralha, me confunde, me puxa em direção a ti, sem que eu queira, é mais forte que eu.
Parabéns. Ganhaste!
Dou a mão à palmatória pelo que vi nesses breves instantes em que fizeste com que ninguém estivesse ali, naquele momento, naquele instante que eu quis que durasse para sempre, que só tu e eu percebemos que aconteceu e ninguém mais. Também não era suposto.
A banda tocava e eu sentia cada nota a percorrer-me o corpo, cada célula vibrou tanto que se viciou no que ouvia, de tão divinal e majestoso, quase perfeito. Nesse instante o estapafúrdio invadiu o espaço, vindo de coisa nenhuma de especial, fez rebentar uma bomba em forma de gargalhada histérica que quebrou o encanto. O som do rir sonoro e nervoso a gargalhada nervosa quebrou o encanto que podia ter perdurado enquanto a noite durasse. Escondida fiquei atrás do óbvio, pequenina como uma formiga, exposta pelo ridículo.
Perdi o andamento do comboio que seguiu se que pudesse esticar um braço para o apanhar e seguir na viagem. Talvez ainda bem, era mais um impossível que tinha que deixar escapar para que tudo seguisse o seu caminho certo. Tem sempre que ser, cada coisa ao seu lugar e o meu não é aí!
Mia culpa, cedo a mão à palmatória, mas de costas viradas para que não custe tanto. Sigo o meu caminho só e acompanhada por mim, apenas por mim, na minha triste companhia cabisbaixa de quer perdeu o que quer para si.
Não te tenho e não te posso ter, mesmo sabendo que eras apenas mais um fruto de um capricho . . . mas eu sou mais uma caprichosa que sofre por não ter satisfeito os seus caprichos, as suas vontades. Sigo, mas sigo contrariada.
Fizeste-me sonhar com o que nunca aconteceu, imaginar como o que eu desejo que acontecesse, mas é impossível. Mediste-me e eu a ti. Olhaste para mim e eu para ti. Afastaste tudo e todos e eu acedi. Ouviste a música e também eu ouvi, dançaste com a música e eu fiquei ali, dançando com a melodia sem nada poder fazer ou dizer. Dentro do meu centro ficaste em modo stand by. Isso incomoda-me. Não consigo avançar enquanto não ganhar coragem e te tirar de onde não deves estar, porque imagino e quero, mas não posso ter. Apenas posso imaginar.
Não posso chorar, porque não há pelo que chorar, não tenho lágrimas, a fonte está seca. Onde era fonte não existe mais nada que apenas um lago seco, uma fonte desidratada e a lágrima é coisa de quem ama . . . e eu não te amo, és só mais um capricho por satisfazer.
Não ligues a nada disto . . . É do tempo . . . É da época do ano . . . é do Outono! . . . O Outono é nostálgico, é romântico, tem dos mais doces pôres do Sol, faz libertar as endorfinas e os suspiros adultos. Fizeste-me lembrar que não te posso ter. Mas para que te quero eu que não para o velho e jocoso jogo?
Para mal dos meus pecados, quis Hera que eu nunca tivesse o que quero, ou deseje quando desejo, por ter sido ímpia e cedido o corpo a Zeus, seu esposo. Agora contento-me com o que me é permitido, que não passa de amores errantes, o cá e o lá, sem criar raízes profundas, firmes e fortes, ser apenas a passagem sem paragem obrigatória. Sou persona non grata!
É assim, isto de não se pertencer a isto das coisas normais, ou ditas normais . . .
Mais uma vez repito, é da época e como todas as épocas, outras épocas se seguem e os encantos se quebram, porque foram feitos para serem quebrados, ou não se chamassem encantos.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Meu Deus: Tenho umas questões com uma certa pertinência a fazer . . .

Meu Deus:
Tenho umas questões com uma certa pertinência a fazer.
Eu sei que não tenho nada a ver com o assunto, mas estou preocupada aqui com uma situação. Como é que se diz a uma pessoa que se pode ser virgem aos 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100 . . .
A Virgem Maria já tem quantos anos?
É que cá em baixo existem umas pessoas esquisitas que acham que se deve perder a virgindade aos . . . sei lá . . . assim que começam a pensar em sexo?!
Desculpa, mas eu não sou Tu, não percebo, não sei quando é que um homem tem que provar que é homem, ou se só se é homem quando já vai para a cama com - e agora já meto a minha colherada - quem quer que seja! . . . É que tenho mesmo dificuldade em perceber estes assuntos de homem!
Macho que é macho tem que começar a, desculpa a expressão, foder tudo o que aparece, para ser mesmo macho?
Macho tem que ser perder a virgindade para ser macho???
Mais uma vez, desculpa, não queria chatear-Te com estes assuntos, mas Sabes como é, estamos sempre a desaprender e eu não quero seguir essa via, prefiro ser uma atrasada nestas coisas e aprender!
Quem é que decide a vida sexual das pessoas do sexo masculino?
Estás a ver não Estás?
Caramba, eu sempre pensei que era uma coisa de cada um, dentro de determinadas circunstâncias, e que não era igual para toda a gente, mas pelos vistos parece que eu sou mesmo atrasada e ainda não desaprendi!
Sinto-me tão infeliz! Oh, pobre de mim!
Como é que eu vou dizer às pessoas o que penso, quando elas desaprenderam mais depressa que eu?
Eu ainda gosto de aprender as coisas corretas!
O que é que eu faço meu Deus?
Olha se me perguntam se eu me preocupo com estas coisas!!!
Vou dizer-lhes "quero lá saber dessa merda para alguma coisa! . . . ele ou ela sente-se bem assim?
Se não, olha, procure quem saiba como solucionar de forma saudável!"!
Olha se dou uma resposta destas!!!
Olha o que é que esta gente vai pensar de mim!
Que eu ainda sou uma tola que ainda gosta das coisas tais como elas devem ser!!!
Estou fornicada!!!!
O que é que eu faço???
Eu ainda não sinto necessidade de embrutecer!!!
O que é que eu faço meu Deus???
Eu ainda acho que cada um sabe de si e quando não sabe deve recorrer às pessoas certas e não a uma pessoa qualquer que olha a nossa vida como um cocó, só porque já faz coisas que ainda não fazemos sejam essas coisas lá o que forem!
Achas que devo ficar indiferente e esperar que estas pessoas regridam ao meu grau de estupidez?
Achas que devo continuar a seguir pelo caminho certo em vez do errado? . . . Mas é que essa é a minha vontade, o certo!
Bolas, estou mesmo desenquadrada das pessoas normais!
Pronto, então o começo da vida sexual dos machos é então quando se faz 16 ou 17 anos e a coisa tem que acontecer, nem que tenham que ir às putas, hã, hã . . . estou a ver . . . será que quem pensa assim é porque é chulo ou amigo de algum chulo e ainda recebe comissões por cada frango que tem que perder a virgindade?
Ok, pois  . . . meu Deus, são tudo questões quase insondáveis pela minha pessoa, porque pronto . . . cá está . . . o mau feitio e tal, mania que sou mais que os outros, ou que sou mais importante, ou qualquer sumidade . . . pois . . . Ah, pois é . . . eu não quero saber mesmo, de facto!
Pois meu Deus, Olha, afinal Deixa estar, prefiro estar na minha santa ignorância, porque este tipo de mercadoria é porcaria a mais para a minha trotinete e eu só vim para passear!

Sou livre como um pássaro

Sou livre que nem um pássaro. Não me agarrem, porque tenho pressa de viver, mas vivo o que a vida me deixa viver, se não me deixar, vou e arranco a vida da vida com as minhas unhas e dentes.
Não me pares, sou livre, se quiseres estar sê livre também, que não posso, não quero e não preciso de prisões ou aprisionar-me.
És feliz?
Eu também sou!
Sejamos felizes então, eu contigo, tu comigo, nós com todos!
Sou assim, livre, de asas abertas, onde podes albergar-te com todo o teu carisma ou sem ele, mas desde que venhas por bem, bem vindo serás.
Antes de ser livre cometi os meus pecados, mas livrei-me deles, deixei-os longe a pensar para que serviram e fui-me embora. Subi o degrau acima e fui desbravando o que aí havia para desbravar. Em cada degrau fiz coisas boas e outras menos boas, mas nunca tão más como no degrau anterior . . . afinal o degrau já não era o mesmo e já não há espaço para os erros crassos, esses são lá mais abaixo. Sorvo, inalo, inspiro a paz da vida e vivo na sua liberdade. Conquistei esse legado.
Sou livre, tão livre quanto a vida me deixa ser e se não me deixar ser, mostro-lhe por todas as razões e mais algumas que tenho o direito de ser livre. Mostro-lhe o que aprendi em cada degrau por onde passei, o quanto é bom ser livre de tudo o que é falso, de todas as coisas que nada contribuem para os seres em toda a sua transversalidade. Mostro-lhe que existem tantas faces quantas ela pode imaginar, mas umas pendem mais para um lado, outras para o outro, mas eu optei pelo que transpira universalidade, transversalidade, profundidade e abrangência, pelo que faz homens serem Homens com "H" maiúsculo, o lado que dá significado à palavras "VERDADE, HUMANIDADE, LIBERDADE, RESPEITO, AMOR" e como elas conduziram à palavra "PAZ".
Aí a vida não resiste a dar-me a liberdade, pedindo ela mesma que seja semeado VERDADE, HUMANIDADE, LIBERDADE, RESPEITO, AMOR por todos os que precisem de liberdade. Aqui eu semearei com toda a minha boa vontade as sementes para que a vida seja tão feliz quanto eu, quanto desejo para mim e para quem queira ser livre.
Sou livre como um pássaro que canta o que encanta e o que encanta  foi adoçado pelo que foi semeado, colhido e abençoado pela vida e pelo Ser mais sagrado!  

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Coisas

Gostava de ser como todos os poetas que escrevem coisas boas. Sou poeta, mas não sou. Escrevo, mas não escrevo. Dou nomes às palavras que me escolhem a mim para escrevê-las. São belas, como são bonitas ,belas as doces palavras, bonitas e belas.
Dou nomes às coisas belas sem que elas precisem de nome, de alcunha ou um veredicto. Pura e simplesmente chamo nomes às coisas.
Sem espera as coisas esperam que sejam escolhidas ou nomeadas para dar vida a outras coisas, coisas essas que dizem ainda mais coisas, umas belas outras nem por isso, mas são apenas coisas.
Dito está o que são as coisas das coisas, a sua beleza enorme e o que escondem atrás de pequeninas coisas.
Mas tu vês, tu escreves essas coisas e as coisas lêem-se a sim mesmas, como de senhoras coisas se tratassem, com toda a sua importância e imponência de um Rei perdido no seu castelo, rei e senhor de todas as coisas. Ele não se precisa a si mesmo, ele colhe e destrói o desperdício, como o que sobra é mesmo isso, sobra.
Dai as vozes a quem tem palavras para dizer. Não se esconda o que tem muito para bradar. Não se imiscua de si mesmo quem palavras poucas tem para dizer. É obra amiúde, pequeno aos poucos.
Se soubesses quantas são!
Dirias que não é nada . . .
Peça perdão às palavras e não as condenes por serem o que são. As que querem dizer alguma coisa dizem, as que não, não!


Nada, nada, nada!

Batem-me leve, levemente, mas ninguém chama por mim,
Não é chuva nem vento, não é nada para meu contento
E gente boa não é assim.
É pequenino e encruado, cheio de ais e coisas assim,
É tão pequeno e ignóbil,
Gente pequenina não é para mim.
Deixa marcas invisíveis, golpes de espadachim.
O que lhes faço?
Mando-os à merda?
Ou vão pelas vossas pernas, gente ruim?
Para que servem as boas novas, se quem as ouve tem ouvidos velhos,
pouca coisa lá fica e quando fica não lhes valem chavelhos.
As boas novas são coisas de nada.
Palavras e apenas isso, palavras.
Para a cabeça de gente oca, rude, quase mouca.
"Pérolas a porcos . . ." já diziam os sábios que chegaram primeiro que nós.
"Pregas aos peixes!" . . . ah, pois é!
"Falas, falas e ninguém ouve nada!" . . . eu sei!
"Preferem morrer, que ouvir o que vem de ti!".
Dependem de coisas fúteis, acham-se felizes assim!
Tão bom é não depender de nada fútil ou inútil,
Que serve para nada.
A minha mente é vazia, de muito pouco ou nada,
O que lá há não vos diz coisa nenhuma ou mesmo nada!
Há não precisar de coisa nenhuma, de gente, ou nada.
Mesmo assim, viver com o que se tem,
Viver feliz com o muito com o pouco e com o nada,
Estar bem com tudo e com nada,
Com alguém ou sem ninguém,
Mas, acima de tudo, depender de nada!
Nada é uma palavra santa, imaculada.
Nada mesmo de tudo, nada de nada, ou quase nada,
Nada de quase tudo o que não se quer, mas nada.
Nada, nada, nada!
"Brincas com o fogo . . .", não brinco nada!
A gente ruim oferece-se bandejas de nada.
Bandejas de nada com coisa nenhuma.
Servem fel diluído em mel, mas enganam-se,
Trocam os copos e sorvem o seu destino,
Embriagados nos próprios risos que escondem lágrimas,
Engolidas de tanto chorar e amargar o que não podem ter.
Tão bom que é ser dependente de nada.
Não precisar de coisa nenhuma, de gente, de nada.
Mesmo assim, viver com o que se tem.
Viver feliz com o muito com o pouco e com o nada,
Estar bem com tudo e com nada,
Com alguém ou sem ninguém,
Mas depender de nada!
Nada é uma palavra santa, imaculada.
Nada mesmo de tudo, nada de nada, ou quase nada,
Nada de quase tudo o que não se quer, mas nada.
Nada, nada, nada!
Fiquem com quem vos queira,
Para mim não servem para nada!
Alguma coisa, mesmo pequena, é grande para quem não vive nada.
Eu vivo tudo, porque não tenho nada!
Eu conheço o mundo, porque não conheço nada,
Eu vivo feliz no meu mundo de vazios, porque de fútil não produzem nada,
Sempre tudo onde não há nada.
É grande e imenso este espaço de nada,
Nada que entendam, percebam ou vivam,
Mas é tão grande o meu mundo do nada!
Tão imenso o que eu vivo, mesmo que não vejam nada.
Para meu rejubilo partilho o que mais tenho . . . Nada!
Nada, nada mesmo nada!!!
Mas é tanto o que está no meu nada,
Nada que vos possa interessar,
Nada que possam entender, compreender ou apreciar,
Nada, mas nada!!!
Tanto nada!!!
É tanto e tão imenso que me rio à gargalhada,
De quem quer saber tudo, mas não sabe de nada,
Porque é nada que colhe e tudo é nada!
Tanto, mas tanto a existir e o que colhem é nada,
Mesmo nada!
Sabem mais que eu?
Sim, do que não sei nada.
Mas contento-me com isso,
Já e vossos nadas!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Hoje não estou para ninguém . . . Não incomodar!

Hoje não estou para ninguém.
Fechei a loja da minha atenção para o mundo. Não quero saber. Estás com problemas, não quero saber, é um problema teu!
Queres alugar a minha paciência?
Temos pena, ela não se aluga!
"Tens que aprender a gerir isso!"
Foda-se!!!
Tenho que aprender a dizer FODA-SE! HOJE NÃO ESTOU!!!
Vezes e vezes sem conta estou só comigo e não me apetece estar com mais ninguém, mas quando me apetece estou, mas estou mesmo de corpo e alma!!!
Foda-se, não me perguntem se estou chateada com alguém, porque se estiver sou a primeira a dizer!
Não me aluguem a paciência!!!
É duro ser assim?
Para mim, não!!!
É chato não ser assim?
É e muito!!!
Fonix!
Onde é que está escrito na minha testa que gosto de estar sempre ligada ao mundo, às pessoas, às coisas, simplesmente ligada???
Onde???
Digam-me que apago já se puder!!!
Foda-se!
Eu não aguento mais ser a gaja que está disponível a toda a hora e todo o instante para quem não tem mais ninguém!
"Pensava que eras minha amiga!!!".
Foda-se e sou!!!
Não posso é estar sempre disponível a dar-te sumo!
Bolas!
Sou dura? Foda-se, que seja!!!
"Eu não pensei que estivesse a ser assim contigo!
Porque é que não me disseste?"
Foda-se!!!
Eu disse!!!
E tu, porque é que não quiseste ouvir???
Para te colocares no papel de vítima da vida que te roubou a felicidade???
Foda-se! Achas que também sou constantemente feliz?
Achas que não tenho os meus dramas e situações que quero resolver e sem coragem ou força para lhes dar a volta?
Pensas que só porque a minha alegria abunda, que não tenho as minhas limitações e dificuldades?
Achas que não tenho os meus limites?
Achas que sou Deus? Pois . . . Não sou!
Já não dá!!!
Desculpa, mas já não dá!
Acabou-se. Já não estou a conseguir estar. O meu caminho não é por aí e não quero ir para aí!
Tenho muita coisa que fazer, a mim, a quem respeita o meu espaço.
Eu entendo-te até melhor que o que tu pensas, já estive aí, já passei por isso, e só tive comigo quem conseguia estar. Quem não conseguia eu não podia obrigar.
Peço-te que não me faças sentir pena de ti. Não me coloques nesse sentimento ou não o coloques em mim, porque me recuso. Não aceito vivê-lo, recuso-me!
Não faças isso a ti mesmo. É demasiado triste ver-te nesse patamar.
Ok, eu sei que é natural estares nesse ram-ram, nessa situação, nesse estado emocional, mas já não estou a conseguir reagir positivamente a isso!!!
A minha boa-disposição passa num ápice à irritação e ao enchimento. Eu gosto que gostem de mim, não que me melguem!
Eu gosto de ser apreciada sem que me peçam o que quer que seja em troca. Adoro ser apreciada, mas calma, eu também preciso da minha paz!
"Mas eu pensava que estavas disponível, por isso metia-me contigo!
Se não podias dar atenção, dizias!".
Foda-se, eu sou uma pessoa de carne e osso, com carácter, com boa índole, mas também tenho o meu ego, também tenho as minhas inseguranças. Queres o quê? Que te diga que não gosto de ser reconhecida?
Foda-se, eu gosto!
Mas não me façam sentir que estou a ser má e egoísta, porque não posso estar sempre a dar atenção e muito menos me façam pressão emocional!!!
Odeio esse papel!!!
Foda-se, pensas que não tenho problemas para resolver?
Pensas que a minha vida é um mar de rosas?
Pensas que não sinto tristezas?
Pensas que me sabe bem não poder resolver os problemas de todas as pessoas?
Pensas que não luto para ser melhor?
Pensas que gosto de não poder ajudar os outros? Pensas?
Pensas que não me custa ter as minhas limitações de ser humano???
Pensas que gosto de ser assim como sou quando eu não consigo ajudar mais que o que posso?
Foda-se! Eu sou apenas um ser humano que dá o que está ao seu alcance!
O meu alcance é este!
Não posso fazer mais!!!
Fonix!
Não posso ir para além de mim e já me estavas a fazer ir para lá de todos os meus limites.
Gosto de conversar, sim, e muito, mas tudo mudou, está tudo diferente.
Podes ser do lado do bem, mas andas perdido e eu não te posso ajudar no estado em que estás. Não é o meu departamento. Há pessoas do lado do bem que estão mais preparadas que eu para te ajudar. Mesmo que eu quisesse, eu também preciso de ajuda e procuro-a para estar no meu elemento.
Eu não consigo dar mais que o que te dei, não consigo. Não dá!
Custa-me ver o sofrimento nas pessoas boas, nas pessoas de bom coração, nas pessoas que gostam de ajudar. Mas tu és um caso à parte!
Estás a fazer o pior que podias fazer, ser a vítima do mundo!!!
Auto-comiseração desgastante e tóxica!
Dá-me o direito de perceber mal as coisas e de ver como eu vejo, de me enganar de deixar de ver o que falas. Mas deixa-me que a tua toxicidade já atingiu níveis doentios e eu não sei o que pretendes.
És mais um a querer ser aturado?
Não aturo.
Queres ser mais um a ser bajulado?
Não bajulo.
Queres mais um tapete?
Eu não sou tapete, sou bruta que nem uma porta se chegas aos limites das minhas capacidades.
"Coitado do rapaz . . . ele apenas precisa de atenção!
Não sejas assim, ele é bom miúdo!".
Ya, e eu também e ninguém me atura porque eu não deixo. Eu não deixo que me aturem, porque não quero ser aturada, quero que não sou de se aturar. Se precisar de ajuda peço, se não souber pergunto, se preguiçar é um problema meu, mas depender??? Não!!!!
São pessoas como estas que nos dão o exemplo de tudo o que não queremos ser. São estas pessoas que nos mostram pelo o oposto o caminho que devemos seguir, o oposto ao delas.
Ser simples, leve, mesmo nos momentos mais difíceis, mesmo nos momentos mais absorventes, aí então, ser ainda mais leve, ser como se deve ser, leve, mesmo muito leve, simplesmente leve!
Sê leve para que possas elevar!
Eu já sou leve, e tu, porque é que ainda estás aí?



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Querer . . .

Como é que nos desprendemos do que queremos?
Queremos e apenas queremos, simplesmente queremos.
Mas ao que temos direito de querer?
Temos algum direito de querer?
O que é que nos é permitido querer?
"Eu quero, mas tenho medo . . . quero, mas não pode ser!".
"Eu também queria muita coisa . . . ".
Tantos e tantas a pronunciar a mesma palavra que dá a volta à cabeça de tanta gente que quer.
É ingrato existir uma palavra para o que não podemos, mesmo que nos seja dito que temos o direito a qualquer coisa, mesmo que nos sintamos tentados a querer. É quase como um atrevimento em relação à vida. O que queremos.
"Apetece-me . . .", não é o mesmo que querer?
"Tenho vontade de . . .", não é o mesmo que querer?
Porque me apetece tanto querer coisas?
Tenho vontade de não querer o que quer que seja.
Querer implica sempre, ou quase sempre, 3 caminhos: sim, não e talvez. Um faz-nos felizes, o outro infelizes e o último ansiosos. Num terço das hipóteses é superior na realidade em relação aos outros dois terços, o que nos dá a fabulosa hipótese de imaginar como seria a concretização do sim e congeminar um rol de cenários no talvez.
O querer é a palavra mais ingrata do dicionário, a mais atrevida dentro do que a vida nos apresenta, faz-nos questionar as coisas na sua mais intima e profunda razão de existir, de ser, de se manifestar, e tudo porque queremos, porque sentimos querer.
Queremos pessoas, animais, coisas, acontecimentos, transformações, mudanças, queremos . . . queremos . . . queremos . . .
Mas o que é que realmente se pode querer?
É algo que se possa pretender?
O que é que podemos querer?
Pessoas estão nesta autorização ou o verbo querer é apenas relativamente ao material da coisa?
Ah . . . aí é que reside a confusão!
Podemos querer coisas, mas não pessoas, podemos querer que o mundo mude, no que depende da transformação de alguém, mas não a vontade desse alguém no que é mais puro e verdadeiro e que o move, podemos querer que alguém veja algo melhor para si, mas não podemos querer que seja como queremos que esse alguém seja ou veja, o seu caminho para lá chegar é diferente do nosso ou de outro.
Podemos querer que um Governo caia, mas não podemos querer que tudo o que vier a seguir seja absolutamente diferente. A implicação das quedas é muitas vezes imprevisível, por muito se saiba sobre o que quer que seja. Podemos querer que tanta coisa seja posta nos seus lugares, que seja respeitado o meio ambiente, o nosso mundo que é das coisas mais magníficas deste Universo, mas não podemos querer que tudo mude no nosso estalar de dedos.
O querer é a palavra que nos obriga a aprender o que significa cada coisa a seu tempo, o que significa ser paciente, o que significa o respeito por tudo e todos, querer é a palavra que nos faz parar, pensar, crescer.
Querer é a palavra que mais sofrimento nos dá, porque queremos e queremos, queremos e queremos.
Querer é a palavra que nos faz ser egoístas e os altruístas, bons, maus ou assim assim, faz-nos fazer o bem, o mal, e o mais ou menos, faz-nos ser melhores piores ou outra coisa qualquer, mas faz-nos agir estejamos certos ou errados, mas ao menos faz-nos ser interessados ou indiferentes.
Querer é uma palavra com duas faces, com dois pólos opostos, partilhada por muitos, poucos ou nenhuns, pode ser a máscara de outros quereres, pode ser a voz de uma só intenção, pode ser singular ou plural, bem intencionada ou mal intencionada, mas raramente sem qualquer intenção.
Querer pode ser a causa da maior das confusões, guerras, discórdias e dissabores, pode ser a causa do maior evento do século, da maior revolução, do maior feito de todos os tempos.
Querer pode mudar o mundo, quando todos queremos o mesmo, pode trazer a paz, o amor e o oposto.
Querer pode fazer-nos fazer coisas que nunca pensámos fazer, seja para o bem ou para o mal.
Querer conduz-nos às infinitas coisas em todas as suas possibilidades possíveis e impossíveis, mas apenas aos nossos olhos . . .
 

domingo, 20 de outubro de 2013

Insensato ou Indeciso . . .

É mais forte que eu, não posso, não consigo esconder e já nem quero saber quem sabe ou deixa de saber que eu existo, ou existi, já não quero saber se não queres, quem sabe o quê sobre o quê, estou a borrifar-me. Não consigo esconder, é-me absolutamente indiferente que saibam ou não. Eu existo e pronto. Não me interessa o que queres, porque eu quero o que quero, quer tu queiras ou não. Não dá para fingir que não existo ou que não estou aqui. Não me interessa o que te interessa, eu estou aqui. Não dá para esconder mais, não posso e não quero.
Estás aí no meio da maralha e finges que não estou aqui ou que não existo. Apenas faço o que me pedes, que finja que não existo, que não faço parte do mundo, que sou apenas uma sombra no teu mundo, que podes abandonar a teu belo prazer e usares com usufruto indigno, para depois me jogares no lixo onde eu pertenço, aos teus olhos. Jogas-me porta fora como se eu fosse um nada que não interessa a ninguém, indigno de qualquer amor ou apreço por parte de quem quer que seja. Sou um boneco e o comando está nas tuas mãos, o farrapo ou palhaço, como queiras. Mesmo sem saberes, eu estou e estarei onde quiseres que eu esteja. 
Deixaste-me bloqueado na tua imagem, em ti. Ignoraste todas as minhas investidas e decisões, vontades e desejos em prol da tua vaidade. Relegaste-me à margem que visitas quando queres que te inquiete, quando queres que um pobre vagabundo te alimente as tuas fantasias de poder sobre o mais vil dos homens. És tonta. Não fazes sentido. És fraca. Não queres, mas não deixas de me infernizar com as tuas promessas vazias de alguma coisa. Sabes que isso paga-se caro?
Paga-se caro, muito caro.
Eu já andei no terreno em que pisas e os meus pés guardam as cicatrizes dos cortes que a adrenalina não me deixou sentir, mas cortei-me. Esfacelei a pele e só dei pela profundidade dos golpes quando os efeitos da adrenalina passaram e senti a realidade chegar à profundidade das minhas feridas. Ardeu, ardeu muito e os meus pés infetaram, impedindo-me de avançar e estupidamente insistia em manter-me no terreno. Tens a certeza que te queres enfiar aí e brincar com o perigo?
Desculpa se te traí, desculpa se não fiz a minha parte, se deixei que os meus sentimentos se intrometessem e ficasse assim. Agora, que seja eu o escolhido ou o sortudo da lotaria. 
Confesso, brinquei, usei, era assim suposto usarmos-nos mutuamente, mas tu ainda foste bem pior, usaste-me até onde eu não podia ir, até onde eu lutei para não ir, até onde por mais forte que fosse, tu tão inocentemente, foste cruel sem a menor misericórdia e rebentaste-me por dentro, rebentaste-me todo por dentro e nada restou que a minha capacidade de poder ver-te aí, no meio da maralha feliz e contente, como se eu nunca tivesse existido, como um estranho que deixa de fazer qualquer sentido e passa a ser o ridículo para gozo e regozijo e tudo e de todos, o bobo de quem todos se riem a plenos pulmões. O joguete que todos ignoram e fingem que não existe.
Se menti? Sim, menti. Não era suposto ser dita a verdade que eu não queria que visses. Não ias gostar e ias fugir, ias deixar de ser o meu novo brinquedo, mas foste tu quem brincou como nunca ninguém tinha brincado. Mas tu és insignificante, como pode uma coisa insignificante deixar de o ser. Sem que eu desse por isso, deixei de ser o isco, para ser o peixe. Resvalei no meu próprio engodo e na minha boca fechada, por breves momentos de insensatez e ridículo, caem vindas de mim o "tu és. . . muito importante para mim . . .", no "eu quero-te . . . afinal, eu quero-te e quero-te mesmo. Quero-te como não quero mais nada, quero-te como se não houvesse mais nada neste mundo que eu queira querer, como se mais nada houvesse. Como se nada existisse, como nada, como tudo, como . . . como . . . como? . . . Mas como?". Estúpido!
Caí no que preparei para ti. Caí na dependência de ti como uma droga que se apodera da gente, sem que possamos dar por isso. Foste cabra. Aliás, tu és uma ou a verdadeira cabra e eu o puto ingénuo que pensava que afinal sabia tudo e todos se rendiam. Foste cruel, má, vil, impiedosa, mais cruel que todas as gajas desprezíveis deste mundo, foste uma grande puta, uma grande e senhora cabra, ou puta.
O que faço eu agora com o que jorra?
O que faço eu agora com tudo o que vem de cá de dentro que te reclama?
Não tens direito de querer ser assim. Odeio-te porque te quero e odeio querer-te ainda mais. Não interessa porque, ou para que te quero, simplesmente quero-te apenas para mim, és o meu brinquedo, mais ninguém tem direito a brincar contigo sem que seja eu, mais ninguém ouviste?
"És masoquista?".
Se sou masoquista? Talvez!
"Porque te castigas?".
Porque me castigo?
Para que me olhes com o devido respeito, para que me reconheças como pessoa, para que me torne digno, nem que seja da tua esmola.
Disse, falei sim sobre ti, disse-lhe sobre ti e as tuas manias, sobre o que pensas que consegues, sobre o que achas ou estás a pensar que és, sobre a mania que tens que controlas o barco, mas és fraquinha, muito fraquinha, julgas-te a maior, mas deve ser apenas do teu bairro, porque aqui só fazes estragos e dos ruins. Sabes há quanto tempo eu não me fixo em ninguém? Sabes há quanto tempo ninguém faz esses estragos?
Não sei se és assim tão inteligente ou se és apenas és protegida pela sorte, se o fazes de ato pensado ou se deixas que a vida decida por ti, se és tu quem decides ou deixas que alguém decida por ti, não sei, já não sei, não consigo entender porque fazes tudo isto. Ou és apenas louca?
Brincas com as pessoas como se elas fossem brinquedos nas mãos de meninos que não dão valor a nada e ainda têm um brinquedo numa mão já estão a jogar a outra mão a um novo presente que a vida lhe oferece a troco de nada. Eu sou nada???
Olha, pode ser que um dia a vida te conte uma história e que o protagonista das desgraças sejas tu. Estás a brincar com o fogo. Não sabes com quem te metes!
Estás cheia de ti mesma. Inchada. Ris e as tuas gargalhadas ouvem-se ao fundo de uma rua barulhenta, mas é delicioso ver-te seres tu mesma, é como eu me pudesse encostar à alegria das tuas gargalhadas e colhesse alguma coisa, paz, alguma alegria. Mas sinto-me triste, infeliz. O seu sorriso e riso atravessa-me. Ri, por favor, ri, não pares, já que não consigo conseguir mais de ti. Não posso alcançar-te. Não me sinto. Colho apenas o que semeei. Subestimei-te.
Dei-te o que querias que eu te desse, dissesse o que querias ouvir, mostrei o que querias que eu mostrasse, mas era tudo fios da teia que estava reservada a ti, eras o meu novo entretem, o meu novo passatempo das horas vagas. Fui sacana, é um facto, mas nunca te prometi nada que não pudesse ou quisesse dar.
Não mostro o que realmente sou porque não ias gostar. Tu não ias gostar e eu não gosto que não gostem de mim. Gosto de brincar com as pessoas e tu não gostas que brinquem contigo, desculpa, mas é parte de tudo o que sou.
Porquê ou como, não sei, mas só sei que já sabes o que eu sou. Eu sou isto e sabia que não ias gostar de como na realidade me movo e o que me move. Mas não desistas de mim, para que eu desista, apenas por alguns instantes, de ser como sou.



sábado, 19 de outubro de 2013

Critica-me

Critica-me. Critica-me porque é mais fácil criticar o que não se sabe ou entende. Ou pinta-me, mas as cores certas, por forma a eu perceber o que percebeste do que quer que seja que não entendas por palavras. A tua palavra é outra, a tua língua é outra, não te posso criticar.
Critica-me se é isso que sentes na vontade, no teu íntimo, na tua consciência de palavra. Mas critica-me. Podes fazê-lo, deves. Não obedeças a nenhuma regra comum aos comuns dos mortais. Vai em frente, não desperdices o teu tempo com miseráveis prosódias carregadas de palavras inúteis, mesmo que todas elas, contudo, e apesar de tudo sejam úteis à tua criação inócua. Cria, mas cria muito, abstém-te de tudo o que tens e vai, abstém-te e cria.
Moveste-te em direção ao que desconhecias, sentiste o prazer e a maldade de alguém destruído, com toda a sua pronúncia. Aligeiraste um pouco, mas nada como um trago de vinho, não é?
Vomitas palavras com raiva e algum ódio. Parece-te bem?
Mostras coisas belíssimas fruto do teu talento imensurável, copias palavras das outras palavras e levas avante a tua demanda desmedida, a tua cobiça disfarçada de jeito para fazer alguma e encolhes-te atrás de uma coisa ou palavra, se o quiseres chamar assim, ele deixa-se ver de muitas maneiras, assim como o Outro que nada tem a ver com isso, apenas são maneiras de se mostrar na sua pequena sensatez.
Mostras mais que o que querias e depois criticas-me como um senhor, com a mais infâmia das palavras e vestes-te de negro. Deixas a fralda da camisa de fora e sentes-te cool, fixe, nice, como lhe queiras chamar, mas és apenas mais um, mais um ser especial cheio de talento, atento ao mundo que o rodeia cheio de coisas. Também eu sou.
Não me justifico do que escrevo porque não, porque não quero, porque não me apetece, porque não devo, nem o vou fazer. O que quer que seja que penses é teu, não é meu. Mas se tiveres alguma dúvida, pergunta que eu respondo. Sou boa a responder. Posso é não me fazer entender, mas sou simpática e respondê-lo-hei com a minha simpatia. Mas responderei.
Critica-me, podes fazê-lo se assim te apraz, com tantas palavras e vocabulário queiras usar, ou pinta-me com as cores que sabes pintar, mesmo que eu não entenda nada, mas pinta, faz a coisa que sentes que deves fazer, comunica o que achas que deves comunicar. O conteúdo, se eu não o entender, não faz mal, se eu achar vazio de palavra ou outra coisa qualquer, não importa, desde que o faças de coração, com toda a tua alma, com todo o teu eu, mesmo que te encontres ou sintas o centro do mundo, não importa, foste tu quem criou, com raiva, ódio, revolta, crítica, mas faz!
O que importa é que faças e dês uso ao que Deus te deu de boa vontade, para agrado de muitos, poucos ou nenhuns, desde que te entendas a ti mesmo, o que te importa que os outros entendam ou não?
O teu objetivo é seres entendido?
É seres compreendido?
É fazeres pensar?
És tu quem decide.
Eu não tenho que criar para agradar, o criador cria porque uma força maior o move nesse sentido, não tem que justificar a sua criação a sua prosaica prosa ou quantidade de coisas importantes, ou não, que diz. Apenas se é movido a criar e pronto.
Tu perguntas a ti mesmo porque crias?
Já te debruças-te para lá da tua vontade de criar, que não seja ligada ao facto de se ter uma maquinaria orgânica e uma caixa de ferramentas incorporada?
Já te questionaste sobre o porquê de existirem tantas ferramentas diferentes em tantas maquinarias, maquinarias essas que tantas vezes duvidamos que sejam gente?
Mas agradeço que me critiques. É sinal que és diferente de mim, é sinal que não somos bonequinhos cinzentos, que até a criar somos autómatos manipulados na mesma direção.
Ainda bem que me criticas tudo. Tenho pena é que não ganhes mais com isso, que não ganhes mais que o libertar de veneno e espalhar discórdia, que não contribua para a melhoria das tuas condições de vida, que não ganhes mais dinheiro para o teu sustento e te liberte das prisões do mundo. Tenho pena, muita pena mesmo. Mas sente-te na liberdade de me criticares com a tua palavra mais cruel, com a tua raiva mais poderosa, com o teu ódio mais refinado, mas faz, são só palavras e nada mais são que apenas isso. Eu vou continuar existir assim como tu, até mesmo depois de já não existir, assim como tu. Vou poder dizer que fui criticada por um verdadeiro artista cujos trabalhos são magníficos, que não passei despercebida no mundo, que toquei alguém onde a pessoa se sentiu tocada, que fiz o que consegui ver que devia fazer, mas fiz, usei o que Deus me deu para a sua obra multiface, sendo que tu e eu somos, no nosso melhor, uma das suas faces.
Obrigado por existires.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ego . . . não tiremos as arestas e veremos os estragos que ele faz!

O Ego, esse gajo que nos lixa a cabeça quando não é posto lá em cima e nos deixa cabisbaixos durante um bocadinho para nos dizer a famosa e lendária "I told you. . . .".
"Ah, sacana!
Ego pah!!!
Não podias ser um bocadinho mais meigo comigo???
Eu também sou uma moçoila sensível!
- É a paga por não me dares alimento em condições!
Metes-te com merda e depois queres que eu te trate com todo o respeito!
- Bolas pah!
Mas tinhas mesmo que ser assim???
- Já te disse!
Eu gosto de qualidade pah, sou um gajo exigente!
Tu volta e meia perdes-te com coisas sem conteúdo e depois queixas-te!
- Eu???
Eu não me meti com ninguém!!!
As pessoas estavam ali e eu também!
Não tenho a culpa!!!
- Nunca tens . . . és uma santinha . . . tens é o pau oco . . .
Já vi muitas santinhas como tu virarem franguinho no espeto ou leitãozinho de maçã lá no sim senhor!
- Ao menos sê mais delicado!!!
Eu sou uma senhora!
- És és . . .
Quer que lhe estenda uma passadeira vermelha a todo o rol de asneiradas que faz à sua vida e as desfile sujando a que ainda me resta?
Sabe quantas passadeiras vermelhas já mandei para o lixo à pala das suas investidas inglórias?
Se quiser mando-lhe a conta para casa . . . ou melhor . . . mando-as para lavar, sempre podiam ser reutilizadas como passadeiras vintage, passadeiras com história . . . e histórias . . . ui!
- Mas se não for eu a ir buscar algum alimento para ti passas fominha, rapas frio que te fartas e levas toda a gente para a depressão inclusive a mim!
Já viste que eu me sacrifico por ti para andares todo bem alimentadinho, para que não te falte nada?
Não percebo por que te queixas!
Desculpa lá se falhei no alvo!
Mas agora, desculpa lá, estás aí com bostas de moral para cima de mim, mas o culpado disto tudo és tu!!!
Tu é que andas a levar-me para a desgraça, não sou eu!!!
- Eu apenas te peço uns pequenos miminhos . . .
- Miminhos, é?
 Estás mas é muito mal habituado, estás a tornar-te muito exigente!
-Exigente não, requintado. Requintado minha cara, requintado!
- Mas julgas que encontras por aí muitos requintes???
Achas que andam aí acepipes de altíssima qualidade para deliciar os teus apetites?
Temos pena!
Vê se cresces um pouco mais, porque já não estou para ser a mamã que providencia logo de imediato o que o bebé quer, se não o menino faz uma birra daquelas que dá para ouvir na psiquiatria do hospital de gente menos lúcida!
Não meu menino. Seja mais comedido e paciente ou acontece-lhe estes dissabores. Eu já não tenho paciência para aturar as suas lamurias!
- Autch!!! Essa doeu!
Filho da mãe, não me deu o que eu queria!!!
Mas quem ele pensa que é para me ignorar e não me dar o que eu queria???
Brinquedo não tem vontade!!!
Brinquedo é e será sempre brinquedo!
- Mas não é assim que se levam chapeladas?
Pensar que as pessoas são brinquedos?
Ah, pois é, meu caro!
Brinca, mas não brinques sozinho ou queimas-te e sais ardido.
Julgas-te muito esperto, és um convencido e depois fazes figuras de parvo.
Olha, eu não gostei nada de ver!
Bolas pah, podes brilhar, mas não por aí.
O rapaz é assim, é como é e tu és colossal!
Querias o quê?
Pensas que sabes mais que os outros, depois levas um chimbalau que até dá pena de ver. O que vale é que já tenho um bom serviço de limpeza para limpar e consertar os estragos!
- Humm!
- Vá, desamua lá!
Da próxima vez já sabes, ninguém é brinquedo de ninguém, mesmo que os Egos cagões se julguem os maiores e os mais irresistíveis, mas são apenas eles que se julgam assim!
Mas aproveita este momento que te foi oferecido de graça e aprenderes alguma coisa, porque da próxima vai ser pior se não aprenderes desta!
Estou-te a avisar . . .
Vá, não fiques assim. Isso faz parte do crescimento. Preguiçaste durante muito tempo. Não deste oportunidades a ti mesmo de te transformares, ou não te deixaram, eu sei, mas já viste a sorte que tiveste em estares comigo?
Ao menos não valorizo o que tens de sórdido, não ignoro, mas desvalorizo ao máximo o que em ti não tem mesmo o menor valor, não alimento as tuas frivolidades, antes sim, o que mais alegria e divertimento me dá, sim, porque também sabes ser imponente no que mais me orgulho que o sejas. Em nome da verdade se diga que também estás presente e mimas quando eu preciso de miminho, também me preenches com o que tens ao teu alcance quando eu preciso, seja muito ou pouco, seja o que for, mas dás de boa vontade e isso é mais importante para mim.
Estás a ver, também te reconheço qualidades!
Fazemos o seguinte, nem vossa mercê me deita sobre mim o espólio de frustrações, nem eu sujo mais as suas passadeiras vermelhas com os meus dramas.
- A ver vamos . . . vou deitar-me sobre o assunto . . ."
O Ego tem destas coisas, pode ser o nosso maior aliado, como tornar-se num menino mimado a chorar por mais e mais mesmo que nos leve para o engodo. Pode ser, nuns momentos, um monstro que se transforma numa formiga inofensiva, para a seguir voltar às suas dimensões mais aterradoras. É aquela coisa que está ali, coitado, tolhido a um canto, enquanto não é insuflado e depois . . . medo . . . muito medo!
Não tiremos as arestas ao ego, não o eduquemos e veremos os estragos que ele faz . . .


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Afinal, o que importa mesmo?

"É teu namorado?
- Não, é um amigo meu!
- Então . . . podia ser!
- Não, não é. Não estou com cabeça para aturar gajos!"
Pois podia isto, podia aquilo, podia o outro.
Podia ser rica, mas ainda não sou, pelo menos como o Bill Gates. Podia ser modelo, atriz, dona de meio mundo, mas não sou, sou apenas dona do que me é permitido, ou do que me vai sendo permitido, se é que se é dono de alguma coisa.
Podia ter um, dois, três, quatro, cinco, seis namorados e ter folga um ou dois dias por semana para curtir a vida com os amigos e família. Podia ser tanta coisa . . .
"Podes estar bem enganada!", ah, pois posso . . . e de que maneira, em especial em relação a este tipo de observações sem malícia . . . "Ah, mas não te estamos a dizer isto por mal! Estamos só a brincar contigo!" . . . pois . . . eu também sou muito brincalhona, mas prefiro brincar com pilinhas.
"Não sejas assim, não te dissemos nada de mal!", pois não, alguma vez???
Só me deram roda do que gostavam e não têm coragem de o ser, porque como já têm uma vida e filhos, é chato estar a largar tudo e ir curtir a vida sem pensar no que deixaram para trás!
"É engraçado, quando sonho com bebés, alguém que eu conheça engravida passado 3 ou 6 meses!
- Também sonhei com crianças!
- Eu também me parece que sonhei!
- Podes ser tu!!!
Podias ter . . .
- Só se fosse obra e graça do Espírito Santo!
- Por isso mesmo!
Podia acontecer, assim, numa noitada . . .
- Pois, mas não me parece!".
Está, mais uma vez, tudo explicado a avaliar pelos filhos e filhas da puta que por aí andam! . . . são todos filhos e filhas de uma noitada . . . com certeza! . . . Tenho dúvidas é que as mães sejam tão putas como eu . . . pelo menos, na boca destas extraordinárias, castas e virtuosas senhoras . . .
Eu não tenho filhos . . . e depois???
Não tenho namorado, pelo menos fixo . . . e depois?
Sou um mundo de contradições . . .e depois?
Vivo coisas quase loucas . . . e depois?
Pois, faço com muito menos tudo o que muitas, e muitos, com muito mais não conseguem ou não podem fazer, porque escolheram outra vida . . . e depois?
Eu escolhi o que a vida me deixou escolher, dentro do que me apresentou.
O que eu gostava?
Tanta coisa eu também gostava e agora tiro partido do que me aparece e que eu possa tirar partido.
Não sou puta e se fosse, era. Não sou prostituta e se fosse, era. Não sou cabra e se fosse, era. Não sou fufa e se fosse, era. Não ando a comer os maridos ou os namorados das outras e se o fizesse era um problema meu, sim, um problema que não era mais que um grande problema.
"Achas correto andares a meter-te com os maridos e namorados das outras mulheres?", pois, aqui é uma questão de consciência moral, mas talvez não tenha coragem de fazer o que não gostava que me fizessem a mim. Se elas não se importassem, porque a relação é aberta, qual era o problema?
Se os dois eram livres de fazer o que quisessem e apenas estivessem juntos, porque gostam um do outro, independentemente dos envolvimentos externos, onde estava a traição?
Eu respondo. Quem estava a ser traído era quem olhava a situação e via que alguém corrompia os seus princípios pseudo-morais. Estes dois não estariam a pecar, porque assumiam as suas necessidades e vontades um ao outro, aceitando-se como são e assumindo os riscos!
Quem é que está a trair quem, que não seja a pessoa que não assume as suas vontades e vive enclausurada nos pseudo-moralismos, na pseudo-atitude correta, nas pseudo-convenções morais?
Quem é que trai?
Quem não se assume a si mesmo!
Eu assumo o que sou a mim mesma, para que não traia a pessoa mais importante da minha vida: EU!
Passamos a vida a trairmos-nos a nós mesmos com medo de sermos julgados. Todos desejamos comer o vizinho, a vizinha, os amigos do marido, as amigas da mulher, as amigas dos amigos ou das amigas, os amigos das amigas ou dos amigos, ou amigos e amigos de quem quer que seja que chamemos amigo ou amiga, primo, colega ou lá quem quer que seja.
Todos queremos ser comidos, mas quis a Santa Hipocrisia que fosse chamado tarado sexual quem assume que tem desejo, quem gosta de homens ou mulheres, quem gosta de homens e de mulheres, quem gosta, apenas, pelo simples facto de gostar e divertir-se com sexo.
Foda-se!
Fode-se muito, mas ainda mais de garganta . . .
Esses cangalheiros da desgraça alheia, que não têm onde cair mortos, esses imberbes sem alma, essa corja de invejosos mal-amanhados, que acham podem assumir o que não existe com o sexo oposto são todos e ou todas,  frutos do mesmo, fodilhões de goela, ressabiados da boa moral e bons costumes, que apregoam mais que o que fazem. Quem quer a companhia desta putrefacta gente, que nem coração nem alma alberga nos miseráveis corpos?
Despidos ainda valem qualquer coisa, mas é tudo fruto da subestimação da mente, porque incomoda ser inteligente, é estorvo para a mente sã . . . deles!
São corvos, outros abutres, outros ainda pouca coisa, são mesmo o escorbuto dos medievais, que se atrevem a ser como gente. Na hora da verdade saltam fora como covardes, miseráveis, trôpegos e pândegos aligeirados, de poucas posses. São o inferno de gente que habita neste mundo, que deambulam por aí à procura de defuntos vivos como eles, para que não se sintam sós e infernizem a vida de quem tem vida, de quem se livra deles e os põe de parte, ou seja, nos seus lugares. Incomodam-se com o bem-estar dos outros, porque o seu já o deixaram escapar. Enchem-se de coragem, mas pouco habitam no que tem que ser, optando pelo ser ao lado, porque aí dá menos trabalho ser fútil, estúpidos e vazios. Puxam pela vida dos outros, porque são a vergonha da família deles. Vomitam uns para os outros os tragos que trouxeram, vai e vem dos enredos alheios, porque os deles já não deitam nada, já não há mais sumo, nem dentro, nem fora deles. As suas vidinhas pequeninas são apenas tudo o que desejaram, mas com o homem errado, com a mulher errada, com os filhos errados, pai e mãe errados. Tudo nas suas vidas é errado, excepto a dos outros, por mais miserável ou incorreta que possa ser ou parecer.
"A galinha da vizinha é melhor que a minha . . .", assim diz o ditado popular e "É melhor ter uma vida louca que não ter nenhuma!". Pois . . . em especial quando se tem o que sempre se desejou e chega-se à conclusão que afinal o que sempre desejou é apenas o que quis e nunca o que realmente precisou: VIVER!
A final, o que importa mesmo?













Que bem que sabe o teu silêncio

O teu silêncio conforta-me, deixa-me descansada livre dos teus desejos vazios.
O teu silêncio em boa hora veio, o abandono suplicado e não escutado por muitas palavras e ações recusadas a serem lidas e percebidas, porque o ego não deixa e a vontade não quer, finalmente se estabeleceu. Finalmente veio o bendito descanso. Não sei se é bom ou se é mau, mas de facto sabe bem, mesmo que a tua paz dependa do desassossego dos outros. Eu não sou um dos teus inimigos.
Estava à espera deste silêncio, mesmo que não fosse assim que gostava de sentir essa paz, porque não conheço o significado dos teus silêncios. O pior dos ataques acontece no silêncio da noite, sem se dar por eles no meio dos barulhos do dia, misturados no meio da confusão, mas sempre pela calada e dissimuladamente.
Não sei o que entendeste, mas o que interessa é que já não te ouço, não te vejo, como que deixasses de existir para o mundo, neste caso, para o meu mundo.
Rumaste mundo a fora?
Foste à procura de variedade?
Fizeste bem. Entretanto, se puderes, entre as tuas emboscadas e investidas, cresce um bocado, torna-te um pouco melhor, torna-te aquilo que usaste de capa. Já te disse, eu adorava essa capa. Tenho é pena que fosse apenas uma capa.
Partiste?
Fizeste bem. Já não tinha nada para te dar e agradeço-te o que me deste.
Tenho saudades de não te conhecer, de nunca te ter visto ou falado contigo, apesar de não me arrepender de nada. Preferia ter-te conhecido apenas nos filmes como personagem e não na vida real, mas como já tantas vezes o disse, a ficção e realidade exagerada, cheia de personagens reais.
Trouxeste uma pitada de sal, mas deixou de ter graça. Tudo soou a falso. É pena!
És dos casos que são um desperdício. Tantas verdadeiras boas pessoas com falta do que tens em excesso e tu com excesso de falta do que tantas verdadeiras boas pessoas são.
Cavaste o teu próprio buraco. É assim que sabes viver, a armadilhar o teu próprio fim. És um desistente com muitas palavras e poucas ações. Eu também sei dizer coisas muito bonitas, mas gosto bastante mais de cumpri-las!
Que bem que me sabe o teu silêncio, mesmo que assustador o seu desenvolvimento, mas aproveito para me sentir bem sem me sentir invadida, pressionada - com as devidas boas intenções, claro! -, livre no meu próprio espaço.
Quando deixa de ser bom, acaba e quando acaba não há volta, quando não há volta a coisa muda de figura.
Gostava de pensar de ti o que as outras pessoas pensam. Gostava de achar-te tão fantástico como os outros te acham, mas não consigo, apenas pena pelo que tens de melhor estar tão diluído no fazer a contar com.
Gostava de te apreciar mais mas não me deixaste, mesmo nas coisas mais simples, mas reconheço que o que foi giro, foi realmente giro. Sem saberes, consegui contigo mais que o que fizeste. Sem saberes, ajudaste-me a perceber um bocado mais de mim que o que eu esperava. Ajudaste-me a ver algumas realidades, as suas surpresas imprevisíveis aos meus olhos, fizeste-me perceber para o que eu estava preparada ou não, os e ses, os mas, os talvez, os absolutamente sim e os definitivamente não.
Nem tudo o que deixa de fazer sentido passa ou existiu em vão, tenha sido grande, pequeno, muito ou pouco, pode sempre acrescentar algo mais, é o bom de tudo o que acontece, é o sumo que se consegue colher no antes, no durante e no depois, tudo o que nunca se fez, porque os fascínios nos turvavam a visão e desligavam a razão que fica, dá razão de existir e consistência às coisas.
Obrigado.
Que bem que sabe o teu silêncio.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vontades, realidades e caminhos a seguir

Os anos passam e a idade pesa. Os amigos casam, outros têm filhos e alguns começam a arejar as asas para se prepararem para levantar voo. Coisas da vida!
Os anos passam para algumas pessoas, enquanto que para outras a coisa é bem diferente, ficam estagnadas e vive-se das memorias e glórias do passado, das conquistas antepassadas, mas a realidade agora é outra. Perde-se uma graça e ganha-se outra. A que se ganha dá direito a maior durabilidade no interesse que a que se perdeu. Essa que ficou na linha do tempo passado é isso mesmo, uma marca na linha do passado.
Ganhamos quilos, uma ou outra imperfeição na pele do rosto, perdemos cabelo ou ganhamos cabelos brancos, que eu gosto de chamar "cabelos brilhantes", mas ganhamos, quando já existe a semente, o charme ao qual não se resiste facilmente. Ganhamos aquele "je ne sai quoi" ao qual não resistimos e no qual nos viciamos de tão magnético e hipnotizante ser.
O que é que perdemos mesmo?!?

"Um gajo passa o tempo a ver se encontra alguém de jeito, mas as gajas ainda são piores que nós . . . Querem tudo e não querem nada. Se somos carinhosos é porque somos moles, se somos brutos, é porque somos brutos, se não queremos compromissos, é porque um gajo não quer compromissos. É uma merda!
As gajas são doidas!
Ou são umas solteironas e só querem é gajos com guita para lhes chular o carcanhol, ou andam atrás do príncipe encantado aos 40 anos. Outras estão todas fodidas dos cornos e vingam-se de todos os fulanos com quem se enrolaram e se arrependeram, já para não falar das que ninguém nunca lhes quis pegar, porque são doidas da cabeça e ninguém está para as aturar!
Fonix! Mundo fodido!
Como é que um gajo há de ter alguma cena com uma gaja quando andam todas lixadas, porque ainda não tiveram filhos e estão sempre a ver se arranjam um gajo para as engravidar!
As casadas, essas andam ressabiadas e é com cada par de cornos na cabeça dos desgraçados dos maridos que até dói! . . . Até dá dó!
Fonix!!! Salta!!!".
Amigo, não vás por aí. As coisas são como são!
Porque não reveres os teus critérios e reavaliares a tua realidade?
Ah, e definição. Sim define-te e não te queixes. Também já estás na nova idade em que as coisas já não têm a mesma graça dos 16 anos, são mais interessantes e os gostos requintam-se, as vontades e perspectivas mudam e além disso acho que estás muito à quem da realidade . . . nela há um pouco mais que apenas isso!

"Um gajo adora-as, dá-lhes tudo o que querem, faz todas as vontades e só leva com os pés. As gajas só gostam é de gajos que lhes dão desprezo. As mulheres não gostam de ser bem tratadas e só querem o que não podem ter. Nunca estão satisfeitas!
Um gajo faz tudo para as agradar e depois metem-nos uns patins em grande estilo e lá vai um gajo com os porcos e que se lixe o desgraçado que teve o azar de se apaixonar por estas cobras, cascavéis perigosas!"
Não, não e não!!!
Eu não sou saco do lixo!
Vai-te, mas vai-te para bem longe, que hoje não é dia de consulta, amanhã também não e não faço voluntariado como saco de lixo emocional! . . . Ah! Esqueci-me de dizer, não sou psiquiatra, psicanalista, psicoterapeuta, psicóloga, parapsicóloga!
Sou, apenas, mais uma aluna da vida na esperança de aprender alguma coisa com o mundo. Desculpa se não te posso ajudar mais que o que posso ajudar!

"Não faças isso, a sério, não o faças!
Já te disse para não fazeres isso!!!
- Mas não é com a intenção que estás a pensar!
- Já te disse, não gosto que me toquem!
- Mas escuta, não é o que estás a pensar!
- Ok, já percebi que não, mas não faças isso.
- Não fiques nervosa, não é nada disso que estás a pensar, não é com essa intenção!
- Eu entendo, mas não gosto, a sério, para quieto!!
- Ouve . . .
- Não, já disse, um dia explico, mas não faças isso.
- Estás a segurar-te!
Deixa-te ir!
Estás a tentar controlar-te!
- Não, não estou, eu posso tocar nas pessoas mas não gosto que sejam elas a ter iniciativa. Não faças isso. A sério, não faças!"
Quantas vezes mais é necessário dizer "não faças isso"?
"Estás a tentar controlar-te"????
Mas endoideceste ou és burro por natureza???
Quantas vezes é necessário que uma mulher te diga "NÃO!!!"?
Quantas mais vezes mais terás que levar negas para que percebas que estás a ser inconveniente?
Qual é a parte que não percebeste do eu estava a tentar afastar-te de mim sem armar escândalo???
Qual foi a parte que não percebeste que eu não queria que me agarrasses ou tocasses, fosse que parte fosse da minha cara, fosse com que intenção fosse???
NÃO É NÃO!!!! PARA SÓBRIOS OU BÊBADOS!!! AMIGOS, CONHECIDOS OU ESTRANHOS!!!
Podia acusar-te de assédio, mas isso é só relativamente em relação a hierarquias e tu não mandas em mim nem estás acima de mim no que respeita a amizades!!!
Nunca, jamais!!!
Perdeste a cabeça com a merda do Whisky e com tudo mais que te escorregou pela goela a baixo, temos pena. Marcaste menos 30 pontos na minha amizade por ti com toda a tua "boa vontade" e "sem essa intenção". Fosse eu outra e já tinhas os 5 dedos a voar em direção à tua cara à velocidade da luz e várias vezes!

"Ele anda desesperado, sente-se só e quer arranjar companhia . . .
- As prostitutas saem mais caro, mas não cobram mais que o serviço. Olha, pode até contratar uma acompanhante de luxo!
Algumas até têm cursos superiores e sabem bastante bem o que dizem!
- Vá, não sejas assim. O rapaz estava a ver se conseguia companhia para noite ou noites . . .
- Olha a que bela porta veio bater . . . Um murro na tromba e fica acompanhado por um inchaço na fronha durante uma semana!!!
- Da próxima vez que isso acontecer, levantas-te, dizes que vais à casa de banho e desapareces, ou começas a falar comigo!
- Fonix, estava a tentar resolver o assunto pacificamente, sem estrilho!!!
- Vá, deixa lá isso, já lá vai."
Aos trinta e picos temos medo de ser desagradáveis com os amigos que estão a ter um ato nada agradável, com medo de que as pessoas fiquem chateadas, mas no momento não querem saber se estão a invadir o nosso território, se estão a passar das marcas o não. Estando bêbados ou não, não existe nada mais que não seja a sua vontade.
Aos trinta e tal anos anda estou a aprender o que já deveria ter aprendido há já muito tempo.
Todos nós vivemos a reclamar de disto, daquilo, desta ou aquela pessoa e assim será enquanto não percebermos que tudo é apenas o começo de alguma coisa, um imput para um novo início, uma nova rota a seguir. Olhemos bem, para ver ainda melhor, que rota e caminho temos que seguir!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Belo, muito belo, mas . . .

És belo, muito belo, mas rasca . . . muito belo, cheio de vida e lasciva pornográfica, mas rasca.
Saíste de um filme em que és o personagem que roda todos os bares, pubs e discotecas reles dos anos 80, à procura de gajas que queiram pagar por algumas horas de diversão. Gingas de cigarro ao canto da boca e encostas-te a um balcão qualquer, trocando umas palavras com uma puta ou outra, ou até com algum colega que se prepara para o ataque, desculpa . . . para pegar ao trabalho com o seu ar ar de sedução barata.
Habitas num prédio num bairro social, cheio de gente da mesma categoria que tu e gritas com os putos que brincam abandonados na rua, quando estes se metem contigo. A tua rua de eleição é qualquer uma que se pareça com a 5ª Avenida, para que te sintas como se estivesses em Nova Iorque, onde gostarias de trabalhar como ator de cinema, à espera de ser engatado por uma ricaça que se quer divertir . . .
Não passas da mistura entre o príncipe encantado e um caixote do lixo, mas que mesmo com esse aspeto ambíguo tem sucesso . . . mas relativo. A combinação perfeita para prostituto de quinta categoria, desclassificado, vendido a qualquer gaja com dinheiro na carteira.
Beleza muito bela, mas rasca, beleza putéfia, alterna. Abres a boca e nem te preocupas com o linguajar, porque o teu forte não são as palavras ou a classe. Medes tudo pelo mesmo, medes todas as mulheres como porno-star se te derem alguma abébia. Mas que ingénuo és pensar que não te percebem . . . és uma puta reles e há putas com mais classe que tu!
És o personagem dos filmes que acaba sempre tão farrapo, quanto a forma como tratas quem te quer.
És o pintas ambicioso, mas ordinareco, com a mania que sabe enganar, que sonha ser o personagem protagonizado por Tom Cruise no filme Cocktail, mas só nas partes boas do filme.
És vazio ou cheio de não presta, ainda não decidi!
Achas que estalas um dedo e tudo o que tem C.C.M.'s se derrete e cai a teus pés desejantes que satisfaças as suas fantasias de amor eterno . . . no teu caso é enquanto o bocado durar . . .
És um cromo daqueles que, realmente, só se vê nos filmes, uma estrela decadente após o seu apogeu.
Mas sem dúvida que és belo, até que a câmara abre o plano e se consegue ver-te em todo o teu conjunto . . . a farpela que julgas dar-te estilo, os teus gestos e olhar, as palavras que saem da tua boca e os pensamentos que julgas esconder. Tudo é perfeito na sua degradante perfeição. Os personagens dos filmes são a imitação da vida real e tu deixaste passar ao lado uma carreira de sucesso em filmes de moral duvidosa.
És a beleza reles que dá gosto olhar, quando reparamos apenas no pouco que se possa apreciar, mas em particular, quando nos abstraímos de toda a baixeza que é teu apanágio, enquanto não podes ser tu mesmo, enquanto não falas, quando mostras que algo te agrada, mas depois perdes a graça e lá se vai o charme . . . Temos que nos esquecer, por tanto tempo quanto o apenas necessário, que és um gajo puta que procura safar-se na vida se uma gaja rica engraçar com a tua cara.
És simplesmente isso que és!
Ver-te a existires e a agir no espaço sai mais barato que ir ao cinema, é teatro interativo, podemos comunicar com os personagens nas suas diferentes facetas, mas é como te digo, és apenas um personagem e daqueles . . .


É pecado . . . e eu peco . . .

É pecado falar de ti . . .
É pecado poder dizer aiii . . . que pecado . . .
E eu pecadora por pensar no pecado . . .
Pensar em ti é pecado . . .
Peco porque penso em ti, penso em ti porque peco . . .
Como é bom pecar pecados permitidos . . .
Frutos gulosos, mas proibidos . . .
Mas que bem me sabe pecar . . .
Esses teus olhos escuros são o breu de uma noite estrelada.
Esse brilho nos olhos são estrelas numa noite calma que promete reboliço . . .
Por detrás de ti está a tentação acenar . . .
Dentro de ti está o pecado que deixou de ser original . . .
Passei por ti e tive que desviar o olhar para não ceder à tentação que me assediava, nessa pose segura de si mesma . . .
Tentas-me . . .
Tento-me . . .
Entraste dentro de mim e eu deixei . . .
Sem me tocares, sem te tocar, sem mesmo deixar-me aproximar . . .
Sem saberes foste perfeito . . .
Fizeste a coisa certa, chegaste lá . . .
Sabes sem saberes o que deves fazer . . .
Foste irrepreensível . . .
Lançaste um isco enfeitiçado . . .
Sem saberes colheste os teus louros . . .
Não te aproximaste, não te mexeste do lugar, fizeste eu querer mover-me . . .
Que passarinho te sussurrou ao ouvido o segredo da montagem da teia?
Quem te segredou a formula mágica de acesso ao jardim de todos os segredos?
Quem te revelou as artes do magnetismo hipnótico?
Sabes ser homem quando os homens apenas são meninos . . .
És menino onde os homens se julgam homens . . .
Mas és menino que já sabe ser homem . . .
Mas ainda és menino . . .
Como pode um menino ser mais homem que os homens?
Como podem homens ser apenas meninos?
Firme, deixaste-te estar firme no teu lugar, nem mais à direita, nem mais à esquerda, apenas onde tinhas que estar e deixaste-te estar. . .
Mas deixa-te estar onde estás, porque o amanhã é uma carta fechada e eu ainda não a quero abrir.




Invertebrado, coisa . . .

Invertebrado, coisa mole que se arrasta atrás de alguma coisa a quem se possa colar. Sim, as pessoas são para si coisas a quem quer impressionar para que o façam sentir-se valorizado.
A sua bondade mole, grudenta, instável e mutável confunde-se com a insanidade. Tenta assumir a forma de encaixe da vítima, habilidoso e falso, procurando captar a atenção com gracejos e em instantes já está a deitar o lixo tóxico.
"Nunca dizes nada nem aceitas convites!!!
Nunca sais!!!
Combinas coisas e depois não apareces nem dizes nada!!!".
Credo!!! Hei!!!
Quando estás presente só dizes merda, pah!!!
Estás chateado com o quê???
"É do peixes!!!". Foda-se! E eu quero lá saber se é do peixes, do sagitário, do tremoço ou da imperial!!!
Não me chateies, pah!
Tenho a minha vida para viver!
Olha, arranja uma!!! . . . Não tens . . . ah! . . . possas, é verdade! . . . já me esquecia!!!
Pois, é que cá para a minha beira não arranjas vida mesmo!
Quanto muito umas valentes dores de cabeça, irritações, contrariedades, bocas ácidas e nada do que possas estar interessado sobre o que quer que seja!
Eu dei-te a oportunidade de mostrares que eras um pouco mais que o que exteriorizaste pah, tentei não ser arrogante, mas não deu!
Eu sou mesmo uma cabra arrogante que não tem paciência para aturar gente parva!
Foda-se!!! Será que sou assim tão má pessoa, tão irascível e altiva por não querer atura gajos que estão desesperadamente a precisar de - desculpem-me o meu francês . . .- RATA?
Amigo, faz-te à vida, não a mim!!!
As minhas misérias lascivas já me bastam, assim como os meus dramas existenciais, dúvidas sobre o tudo e o nada, sobre o tempo, sobre o facto de existir e ou outros também, sobre e o resto de coisas que não entendo, sobre o que sou realmente ou não sou, sobre o que faço aqui ou não faço, sobre o que está entre o antes e o depois, é essa coisa que transforma tudo em outra coisa diferente sobre essa dinâmica que separa e liga ao mesmo tempo, que separa um acontecimento do outro, que surge a cada momento, que é como que fosse uma ponte.
É isso que me move, o mote da mudança, da transformação, o mote da química. É aquela coisa que busco alcançar e entender sem querer entender de uma só vez para ter o prazer de a descobrir, é a minha missão, um meio que se busca.
É essa partícula misteriosa que faz homens formados nas ciências procurarem o que imaginam que possa ser e que existe. A questão é mesmo essa existe, está lá todo o tempo até que a decides procurar, até que a decides entender, porque ela é tão maravilhosa e magnânima; apenas estou a  caminho de lá chegar.
Percebes???
Chegaste lá???
Onde é que achas que te podes encaixar???
Em lugar nenhum de tudo isto . . . Pois é!
Azarado estás quando encontras o fel que vem de dentro de mim!
Tiveste azar pah!
Meteste-te com quem não devias. Não estás preparado, Isto é muito para ti, é grande demais para a tua pequenez de ratinho cobarde e raivoso  por não ter conseguido o que queria, não tel alcançado os seus intentos.
Rondas as pessoas como forma de ter alguma afinidade, como forma de ter algo que usar para manipular, mas meu caro, é como te digo, tiveste azar, muito azar com quem te meteste!
Gosto de gente com conteúdo, com sapiência, com humildade e brilho natural, gente gira e interessante, gente que brilha por si mesma, que está atenta ao mundo, gente com quem se possa estar onde estiver, que o ambiente nesse instante ganha uma vida tal, que ninguém passa indiferente à nossa existência aí. Gosto de gente que é um radar que apenas capta as coisas verdadeiras e que gosta de si mesma e não precisa de precisar, assume-se como gente única e com um amor próprio magnífico e não se satisfaz com mediocridade!
Gosto realmente de gente gira!
Ok, não percebeste o conceito de gente gira. Tudo bem, eu entendo, o meu conceito de gente gira é diferente do teu. Esta eu ofereço-te de graça e não te estou a falar de queca. Como é que hei de dizer por forma a que entendas? Âh . . . pronto, informação subjacente, que não entendes por outras palavras ou outra forma de demonstração, que não tem a ver com relações sexuais recreativas.
Repara, eu até te compreendo e entendo as tuas necessidades de te relacionares com as outras pessoas, necessidade de viveres e sentires-te vivo e ter alguma alegria tendo em conta a quantidade de provações que a vida te está a fazer viver, eu compreendo isso tudo! . . . mas calma com o teu destravamento de língua com ou sem álcool!
Mais uma vez o álcool e os problemas da vida que custam a suportar são a desculpa para o "estou a brincar . . .", mas cá vai disto! . . . são uma desculpa muito conveniente para a falta de verticalidade, dá-te a índole de um invertebrado.
Alguém muito sábio me disse sobre estas coisas do quem é o quê, "apanha-o bêbado e vês o que ele é!". Pois é, umas pessoas são verdadeiras taradas sexuais, outros são bem dispostos e divertidos, outras são dadas aos assuntos e filosóficos da vida, outras até gostam de emoldurar verbalmente as suas proezas e habilidades sexuais, como que de troféus fossem cada aventura, outras mostram o quanto apreciam a amizade entre os presentes, há até quem sinta despertos o seu lado romântico, outras ainda deixam sair toda a sua agressividade e depressão. Enfim, o lado escondido que habita dentro de cada um!
O teu caso é um daqueles que prescindo com todas as minhas ganas.
Desculpa a minha incapacidade de encaixe, mas não me incomoda não a ter, pelo menos essa!
Um dia verás que estas palavras te serão úteis por muito fortes que sejam. Não espero que me venhas cumprimentar, não é isso que pretendo, apenas contribuir para o teu acordar para a realidade. Talvez estas palavras te façam rebentar por dentro, mas tenho a certeza que fiz a coisa certa, fui verdadeira, mesmo que não gostes daquilo que sou!
Atreve-te a crescer se puderes, mas cresce!


domingo, 13 de outubro de 2013

A demanda terminou . . . Cada coisa ao seu lugar!

A paz desceu à terra. O pegajoso monte de cascos, andarilho intruja deixou de cirandar em torno da que tomou como sua criatura. Foi deixado e empurrado pela distância, pelo caminho que o distanciou a uma velocidade que nem ele próprio se apercebeu, apenas que já não conseguia alcançar a frágil e dada criaturinha. Encostado a um balcão ficou, a implodir enquanto os restantes convivas soltavam gargalhadas, trocavam sorrisos e vozes com genuína jubilação.
A duras penas tenta manter o boneco que atraiu a borboleta curiosa. Tenta manter algum brilho, mesmo debaixo da sua zangurriana e por momentos conseguiu captar a atenção desejada, que por educação a borboleta deu num misto de pena pela pobreza deste diabo. O andrajoso digladiou-se pela manutenção do pouco que alguma vez tivera alcançado e temporariamente segurado, mas foram parcas as suas glórias, conseguindo apenas algum sorriso ou ato fugidio que nada se pudesse comparar com todo que perdeu. Mas não perde a pose.
Mostrou, quase digno de pena, a sua natureza vazia de coisa alguma que fosse real. Os textos para a ocasião já estavam diluídos, ou pelo menos a grande e esmagadora maioria. Já estava conquistado e garantido o lugar almejado, pensava o miserável pretensioso e para seu despeito a borboleta já as suas asas não batia em seu redor. Era quase constrangedor ver o petulante tétrico a manter a sua arrogância, acompanhado da sua solidão orgulhosamente, mas decadente.
Para que os outros não se apercebam da sua verdadeira companhia luta por mostrar que, ao menos, acompanha-se do que é, mas gritos exaltam nas expressões do seu rosto por acolhimento, porque a sua solidão não gosta deste seu cru companheiro.
Orgulhoso, não se prostra, ainda mesmo que desfeito não se verga. "Queres dizer-me alguma coisa, dirige-te tu a mim!" . . . nem mesmo vendo que ninguém quer saber dele e que a sua importância morreu. Ele é mesmo e apenas mais um.
O seu desmoronamento com tentativas vãs de alcançar alguma dessa centelha, aumentava até que a derrota tomou conta de si. Finalmente afasta-se do campo de batalha.
Nem que se pudesse querer vingança, ela seria tão perfeita. A criatura tonta e crédula após escorregar do mundo da fantasia, caiu na realidade e nela sonhou com este momento, desejou-o fervorosamente, mas sem ansiar por vingança mesquinha, não estava nas suas mãos os desígnios de Deus, pura e simplesmente a vida devolveu misericordiosamente cada coisa ao seu lugar.
Naturalmente e repleta de sublimação, os anjos do Céu encaminharam o pedante ensimesmado, mas falhado, cheio de fissuras em todas as suas estruturas, com o seu engodo para outras direções. Estende um braço para se despedir e destruído segue o seu caminho.
A demanda terminou, os guerreiros descansam as armas, gozam do regozijo conseguido a punhos, a coração, a coragem, corpo, mente e alma. Os querubins descansam orgulhosos pelo retomar da ordem natural das coisas e cada coisa a seu lugar.
É mais um fim de mais um capítulo de mais uma mescla de existência dentro da existência, dentro do todo e de alguma coisa, por pequena que seja, mas tão grande quanto a grandeza que se quiser dar.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Há coisas que parecem mesmo o que são!

Só falta meter um aviso no jornal: "Este produto tem muitas contra-indicações, efeitos colaterais de moral duvidosa e a publicidade é enganosa!" . . . mas também, vejamos, qual é o seu uso mesmo?
Ok, descoberto o uso, usa-se.
Descobertos mais predicados paupérrimos joga-se no contentor do lixo ou da reciclagem, caso ainda haja algum uso.
Há produtos com aparência estragada que estão mesmo estragados!
Não é só aparência, a coisa está mesmo danificada!
Pode estar partida em pedaços e colada nos locais certos, disposta de uma maneira a que a realidade não seja tão negra como ela realmente é.
Quem pensas tu que és, é mais uma vez a questão que se coloca. Um monte de cacos colados, com algumas arestas limadas para não ferir muito as mãos da clientela.
Perdeste o teu brilho há muito e de pouco te serve agora a graxa barata que, aparentemente, para funções de curta duração, serve. É graxa e da barata pah, até para criar ilusão precisa de um pouco mais de qualidade. Olha que a concorrência utiliza melhores produtos e alguns até consertam algumas partes. Posso-te garantir e assegurar que para o uso a que estão destinados, acabam por não ficar a dever aos inteiros!
Antes lixo, agora luxo! . . . Ou talvez nunca te desses dado ao luxo de ser luxo, porque para ti luxo é lixo . . . caramba, é lixado!
Que belíssima e falaciosa personagem para todos os enganos, medos e perigos!
Após registada e guardada a informação, imagem do objeto e testado o seu uso, volve-se a casa e dorme-se. Com sorte, acorda-se com o serviço despertar e . . . "Ai que susto!!! Isto é mesmo isto?!? Lixeira para que tu serves! . . . Para te meter lixo!". O material deixa-se ficar na prateleira para quem lhe dê melhor uso, mas, mais cedo ou mais tarde, a máscara volta a cair, desta vez vista aos olhos de quem sabe ver, com olhos de ver após acordar do atordoamento.
Ups! . . . afinal é um produto falso, de má qualidade quando se enche do líquido que mancha e desbota a tinta, as frestas mal coladas vertem o que está no interior das paredes, os despojos entranhados e apodrecidos pelo tempo vertem entre as brechas, a graxa dilui-se e desaparece o brilho quando os cacos secam, desaparece o pouco brilho que ainda restava. Pois, é verdade, a graxa era de má qualidade, não era envernizado ou material naturalmente brilhante . . .
"Sempre fui assim, pah!". Ups! . . . isso é o que me preocupa!
Que pena!
Eu até estava a achar-te piada a 1/5 do teu 100%. Portanto, os outros tal por cento, que é uma questão de fazer contas, na realidade, não me interessava para nada, numa conclusão rápida e sem aprofundar muito a questão, isto porque era a parte que está ainda bem colada e aproveitava-se alguma coisa.
Nascido, ou tornado assim?
Não quero imaginar que nasceste um monte de cacos que se foram colando ao longo do caminho, que torna a tua existência ainda mais triste que o que ela já é na realidade. Sempre foste assim . . . ok, nem sei bem o que diga para lá de "é triste!".
"É mau . . . muito mau!
Em qualquer balcão de bar ou loja de artigos re-usados perto de si . . .!", naquela voz grave bem colocada das apresentações dos filmes no cinema, mas neste caso que se ouve quando se passa pelo artigo, como nas exposição com tecnologias de ponta.
Pode acontecer a qualquer um, uma uns, umas, o que seja, a qualquer momento se nos distrairmos ou quisermos andar distraídos, se o ambiente do espaço não estiver suficientemente limpo ou se as lentes dos olhos estiverem velhas a precisar de substituição.
É um facto que estes produtos beneficiam do estado de toda a conjuntura, fraquezas ou limitações, permanentes ou temporárias da clientela, assim como do mercado e oferta disponível, contudo, há que reavaliar com alguma cautela, porque "nem tudo o que brilha é ouro" e há coisas que parecem mesmo o que são!

Sobriedade

Confesso, preferia ver-te sóbrio, no teu lado que se aproveita, no lado que eu gosto e que não preciso tirar de ti tudo o que me repugna. Confesso que ia sobrar muito pouco, mas enfim, era o que eu gosto.
Confesso que o álcool não é o meu melhor amigo, nem de quem eu gosto estar ou gostar. Compreendo os seus encantos temporários quando a dose não vai parar à parvalheira e derramamento de toda a porcaria que habita em nós. Mas confesso, não gosto, já não encontro prazer algum aí que não sejam os sabores.
Não consigo perceber quando alguém me diz que não gosta de beber e bebe até ficar deplorável, de rastos, caído a um canto ou num sofá qualquer num bar qualquer. Peço desculpa pela minha estupidez!
Mas não gostava de te ver assim!
Acho degradante esse estado e não me apetece apreciar-te assim. Significaria muito pouco a minha pessoa ao apreciar alguém nesse decrépito estado.
Mas ainda tenho em consideração uma parte de ti, mas é só uma parte.
Ironia das coisas, uma das tuas capas era a que eu quero apreciar é essa capa caso ela fosse real e não apenas fachada.
Será que existem espécimes assim, com isso, com esse espectro, com essa luz, mas a original, a verdadeira?
Existem???
Por favor, diz que sim, que realmente existem e que não são apenas mais uma capa. Eu já não aguento mais capas!
A música diz "és uma anedota!", pois, começo a pensar o mesmo, com muita pena minha, mesmo!
Sabia tão bem o que eu estava a ver!
Tinhas mesmo que ser assim, muitas personalidades e ainda por cima mergulhas todas elas em todos os copos que derramas para dentro de ti?
Não podias apenas dar vida ao que tens de melhor?
Confesso que esse pouco é muito pouco para o meu grau de exigência!
Às vezes deixo-me iludir apenas para viver, apenas para me sentir viva, mas depois acordo e procuro o que estava a viver e já não está lá . . . teria que voltar a iludir-me de novo. É tão difícil viver com as ilusões que nos querem proporcionar!
É o lado duro de se viver sóbrio, de se optar pela sobriedade e verdade, viver a verdade.
O preço de não se querer viver na embriaguez é duro para quem a conheceu nos vários cambiantes da vida, em vários contornes e eventos vivenciais, a embriaguez é traiçoeira, faz-nos mostrar a verdade aos outros que nós guardamos apenas para nós mesmos no nosso intimo mais bem guardado, a embriaguez faz-nos dizer as coisas que guardamos a sete chaves para que o exterior não fique a saber tanto como nós, a embriaguez mete-nos a descoberto e sem qualquer proteção ou defesa, expõe-nos da forma mais ingrata e despudorada, escancarada à mercê de tudo e todos, desnuda-nos de assalto sem que tenhamos tempo ou capacidade para segurar qualquer veste que esconda toda a podridão desprezível que possa existir em nós, traí-nos, é traidora e depois . . . depois é só mais um depois de uma conversa.
Eu preferia-te sóbrio, mesmo com as tuas várias personalidades adequadas à ocasião, à companhia e ao momento, mas sóbrio, mesmo que o verdadeiro saltasse apenas quando o néctar dos deuses tomasse conta de ti. Não sabes parar e eu há muito que parei, por mim, por tudo e por todos.
O que é não se compadece com o que não é, sóbrio ou ébrio e eu prefiro ser o que é para se ser e sóbria, assim e nada mais!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

. . . ?

"Tenho saudades da minha solidão, da minha felicidade, da minha ausência de dor ou frustração.
Tenho saudades do cão que eu nunca tive, do gato que nunca miou, da loucura que nunca terminou.
Mais que palavras são os meus pensamentos e angustias, muitas e diferentes são as coisas simples.
Os meus pensamentos sobre a mente são pensamentos catastróficos, rodeados por loucura vinda do meu pensamento à procura de uma saída.
Pensamentos puros, corpo puro, pura chama que implode dentro e debaixo da janela. O meu amigo diz, "Agora posso sentir pesar, mas o amanhã saberá!
Não posso deixar de sentir o meu pesar, se pesar é o que eu sinto.
- Ora bolas porque não podeis?
- O meu coração não bate certo, por certo o que bate são apenas as asas da pomba que me leva o pesar longe, de dia, de noite, à hora em que acordardes e esquecerdes que o Inverno ainda vem longe, que o som das andorinhas ainda cai e se ouve ao meu contento.
- Prosódias ingratas aos meus ternos olhos, à minha doce candura que perdura ao amanhecer!
- Sois vós varão, de haste em punho, capelão das malditas sesmarias corpóreas?
Inferno te socorra!
- Por hora me vou e te atazano o que puder, o que não puder desatino e infernizo a teu belo prazer, oh consporcante bisarma!
- Cruzes Credo! Ide, que já se faz tarde e aqui não voltareis enquanto fordes do fundo dos Infernos!
- Malfeita bocarrona!".
Imberbe sem pudor desonra as honrarias mais puras e formosas, beldades nunca antes vistas e deslumbrantes, cobiçadas são as vossas virtuosas mãos da mais pura e linda ceda chinesa, porém.
Voltaste vós a vós mesmas por hora da despedida, por hora do enterro do defunto?
Vieste de negro vestida, rosto semi-nudado escondido pela populina que te adoça a pele misturada com o almíscar do perfume do teu enterrado amante. Ainda reluzes. Deixas-te a janela aberta e agora de lá se vê tudo, o teu corpo ainda está quente, mas o dele não.
Deixaste a janela aberta para que sejas vista sem pesar, para que sejas vista sem pudor, sem honra, desonra com vontade e vida própria.
"Vil, acutilante e mentirosa língua viperina!
Falsa como mil cobras, todas te mordam, oh cruel e maliciosa alma!
- É tanto assim o mal que te faço eu sentir?
Porque não me denuncieis aos pérfidos senhores seus amigos, maldizentes amigos dos teus segredos mais sagrados, ao que escuto e assim ouço.
- Por pura vingança assim falas oh torpe criatura, miséria de língua não te falta, puta!
Lambeste os lábios da maledicência, colheste os frutos aí escondidos e deliciaste-te a teu belo prazer . . . Porque cuidais que te xingue e arranque de ti o fel que me ensimesmou, jogando-me no meu mais profundo silêncio?
Porque cuidais?
Satisfeito vós deveis ir, cuidai que o breu da noite ainda o fustiga com as suas sombras!
Ide, mas cuideis que aqui me fico, perfidamente, que está tudo guardado em mim, em segredo, calado e amarfanhado em si mesmo o segredo segredado a lonjuras de tudo e de todos.
Do segredo nada se sabe e o que se sabe é segredo, o que fica e o que vai, o que vai e o que fica, tudo fica em segredo, guardado e amarfanhado até que ganhe mofo e pereça tal como o defunto que foi morto.