domingo, 28 de julho de 2013

Matriarca???. . . famílias . . . matriarcais???

Matriarca . . . famílias matriarcais . . . ou polvo gigante cheio de tentáculos e de pequenos crustáceos rodeados, outros de cascas meio deglutidas, outros até já sem casca e moribundos escondidos debaixo dos seus braços, aparentemente, fortes e musculados, mas velhos e quase sem colagénio, ou não fosse este o preço da sede de poder. 
Polvo canibal, babando-se sequioso pelo néctar doce e vicioso do poder fruto da auto-proclamação ao qual fracos e tão miseráveis se vergam cegos e desesperados.
Consome os membros do seu clã sem dó nem perdão, porque a cobardia e pequenez lhe conferem o dom da ilusão; os fracos dos fracos se apoderam. Os fracos à custa de fracos se tornam polvos canibais.
Doente e insana, a matriarca polvo lança a tinta cor-de-rosa de fémea desesperada, porque elementos do seu clã fugiram ao massacre fratricida. Nos seus súbditos deixa a propaganda da sua bondade matriarcal pela moral e bons costumes . . . os seus . . .
O seu poder de polvo que conquistou o seu lugar no seu posto do "pão nosso de cada dia" é de origem tão duvidosa quanto a sua génese de carácter. É um polvo metamórfico, assumindo a imagem que cada vítima quer ver para se sentir salva e acudida. É diabo com forma de figura humana; cada célula sua regenera em pura maldade, cada movimento que faz deixa um rasto de ácido visível apenas aos olhos de quem já não ilude ou engana. Erva daninha é sobremesa que se serve aos pobres perto da sua maldade. Arrogância e dor prometida, disfarçada de vontade de ajudar os pobres e famintos.
"A família é muito importante", " . . . a nossa família . . ."
Que belas palavras apodrecem na boca de tal vil monstro, palavras que ganham o significado da perda de liberdade enquanto indivíduos conscientes de si mesmos, ganhando o significado de conjunto de almas vendidas ao diabo e gerido pela besta subalterna das trevas, cargo conquistado à custa de muitas vidas destruídas e destroçadas, enredos de contornos maléficos.
Ciumenta besta que não se conforma, não se contem com o seu desespero pelo que não consegue destruir . Tem presos aos seus tentáculos todo o bando de fracos que usa e abandona até à sua próxima utilidade, mas os mais preciosos e desejados diamantes não consegue alcançar e muito menos dominar, destruindo-se por dentro, porque apenas consegue em bandos os fracos e nunca os fortes, os destemidos, os que têm poder por si próprios, os que brilham sem pretenciosismo, porque em si mesmos são brilho da sua imensa luz.   
Putrefacta e feia criatura em belas farpelas revestida, convicta de bondade e candura . . . qual demónio, qual vilã de um filme de terror psicológico, é maldade em forma de coisa humana, alimentada pela desgraça, infortúnios alheios e podridão humana.
Oh matriarca auto-proclamada, madrinha suprema de uma nova forma de máfia, vociferas na mente dos perdidos e errantes sua salvação . . .
Enquanto os condenas ao sofrimento eterno, rodas as ampulhetas de cada vítima, porque os seus miseráveis destinos são uma questão de tempo e tu não tens destino!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Finórios desesperados e vinho elegante

Desesperados se sentem aqueles que arredondam o linguajar, deixando um rasto de palavras, porque saber ser bem implica alterar todo o vocabulário no seu soar, no seu som, na sua música. Palavras finas e supostamente elegantes saem das suas boas, pelo menos o intuito é que pareça elegante. Os bons costumes são para ser mantidos, aconteça o que acontecer, pensam estes loucos empedernidos e arrastados pelo seu falar de gente fina, contudo, não menos estranho . . . esquisito!
Reúnem-se nas suas orgias gustativas, fazendo de conta que está tudo bem, enquanto o seu mundo está a ruir; de ruínas rodeados e com os estrondos da miséria ao longe abafados pelo elegante som da música do elegante tilintar dos copos, das vozes musicadas pela finesse dos seus estatutos, ignorando todas as gentes que os vêem na sua real verdade e que são capazes de os olhar nos olhos e dizer que eles perderam a noção da realidade e o sentido da razão de cá andarem.  
 . . . São gente fina . . . gente de bem . . . gente de bem ignora o mundo e age como que nada mais que eles existisse, ou tudo o mais que existe serve apenas para os servir! . . . porque são pessoas finas . . . pessoas de bem . . .
Brindam o novo vinho, a nova casta, cultivada apenas para apreciadores do mais "elegante vinho", ou lá o que quer que isto queira dizer, soando a que fica bem . . . mas com o copo . . . não entendo.
" . . . Já estava com saudades deste tipo de vinho . . ." diz o finório, que com certeza porém, se recente com a crise e tostões lhe faltam para comprar o elegante, especial e vinho vindo de lonjuras. Agora limita-se mais ao que eu chamaria o "genérico" dos vinhos caros, com nome francês para soar a fino, porque o original está a cima das suas  atuais posses . . . venda uma ou duas peças de roupa velhas que comprou nos States ou aquele quadro de coleção adquirido com dinheiro dos subsídios europeus, que dará, com certeza, para encher a garrafeira do mais requintado vinho . . . a mais antiga cura temporária dos males da alma, purga de todos os infortúnios no amor, embelezador das mais hediondas belezas e apagador momentâneo de atrozes atos.
Os engalanados pavões desfilam o seu copo desse venerado líquido, tentando sentir-se senhores fidalgos, donos deste mundo e do outro . . . oh, quão enganados e patéticos!
Assim andam os tolos pensando que são finos e de boas famílias, essa camada que pouco ou nada contacto tem com a realidade, esses aspirantes a senhores, bostas feias e com mau gosto e em bom tom se lhes chame os nomes pelas coisas, sim, que chamar as coisas pelos nomes é coisa de gente simples, que vive com o mundo e no mundo, que tem noção da realidade e sabe o que é o quê ao contrário de lunáticos irrealistas que ainda não sabem, mas têm os dias contados . . .
Cuidado com a queda . . . o fim não está longe e os seus assombros e infortúnios de realidade estão cheios!

Irmão de sangue . . .

Não bate certo, é errado, não faz sentido, é absurdo, ridículo. Irmãos de sangue . . .
É uma coisa que nasce do mesmo ventre que nós, mas que connosco nada tem a ver, é como se o útero de uma mulher não fosse mais que uma fábrica de gerar coisas que todas montadas e no sítio certo vamos depois lhe dar um nome e dizer que é um ser humano, apenas porque foi gerado no ventre de uma humana. 
Quando nascem ao mesmo tempo chamamos irmãos gémeos e quando nascem separados por anos, que um é mais velho ou mais novo, em função da ordem. Mas não deixam de ser coisas. O que lhes é programado é uma coisa diferente . . . Há quem chame a isso educação, mas eu continuo sem saber o que é que programam realmente nessas coisas a que mais tarde lhes chamam pessoas.
A culpa é dos pais, mas já há quem diga que é dos avós, outros ainda dizem que a culpa é dessa coisa a quem chamaram pessoa, só porque essa coisa pode escolher. Por mim, não sei o que pense, o que diga ou ou o que faça.
É estranho. Na prática nasci depois de uma pessoa, mas porque deveria eu pensar que essa pessoa podia gostar de mim!
Não consegui mentalizar-me de que os irmãos não têm que se dar bem, não consigo compreender que os irmãos se olhem e achem que o outro é ridículo apenas porque não pensa da mesma maneira.
Eu não sei o que lhe fiz!
Que diabo tem ele no corpo?
Qual é a parte do "ESTÁS A SER UM MONSTRO" que ele ainda não percebeu? . . . Ah! . . . ainda não lhe disse?!?  . . . Pois é, já me esquecia que ainda não foram pronunciadas estas palavras!
Que culpa tenho eu da tua infelicidade?
Que culpa tenho eu de não teres os progenitores perfeitos?
Esqueceste-te que são os mesmos progenitores imperfeitos que os meus?!? . . . Lamento dizer-te que são os mesmos!
Pau mandado das mulheres e aceitas lixo como se fosse luxo. Não fosse a tua progenitora a ver que te ofereceram lixo e a colocá-lo onde ele pertence, amaciavas a pele do teu rebento no rançoso óleo oferecido por uma não menos rançosa anciã, do mais vil instinto e corrosivo ser. Mas o feitiço é um doce veneno que te embriaga e te faz esquecer quem sacrifícios por ti fez, quem te protege mesmo que desdenhes e ignores como se não existisse. 
Queres um séquito à tua volta para te venerar e serem teus escravos. Queres copiar a feiticeira frustrada, ruim e pior que todo veneno do mundo, que veneras e que te apaparica com mais doces feitiços deixando-te dormente, sem capacidade de agir porque o teu vazio encheu-se do feitiço da Lua Negra, aquela que te cega e insignificante te deixa dentro de ti mesmo.  
Onde está a tua inocência, a tua pureza, aquilo que faz de ti uma pessoa, aquilo que faz de ti gente?
Tens ódio pelas pessoas erradas, tens desdém pelas últimas pessoas por quem poderias senti-lo. 
Porque ainda te protejo? Não sei, é tal vez parte da minha cruz! . . . Ou estarei eu a proteger-me a mim de mais sofrimento? . . . Esta última é bem verdadeira, mas certeza porém que a verdade virá ao de cimo e aí, esquece, não poderei mais defender-te, porque nem tu nem eu saberemos se estarei cá para o poder fazer!

domingo, 7 de julho de 2013

Vida sem vida que obriga a metade da vida dividida entre a verdade e a mentira.

Vida sem vida que obriga a metade da vida dividida entre a verdade e a mentira, em nome de um amor não correspondido.
Vida vazia em que o nada é a sua companhia, porque no nada foi nascido.
Vida dividida entre o vazio e a mentira, misturando as verdades com as inocentes e inofensivas mentiras.
Triste que é não se ser desejado o quanto se deseja, mas a vida . . . o quanto é assim!
Inventas mentiras que se encaixem no meu mundo para que te ache interessante, para que te queira e te deseje, mas não consigo. Não o fazes por mal, apenas para manter o contacto, apenas para reteres a minha atenção, mas perdeste o controlo sobre a situação, o mundo que a tua boca revela é inflacionado, é hiperbolizado nas dimensões, na sua quantidade, mas apenas gosto das coisas simples, das coisas honestas por muito pequenas e aparentemente insignificância. Não importa que o dragão, na realidade era apenas uma lagartixa, que não tenha asas e não cuspa fogo pela boca, afugentando apenas alguém que não gosta de répteis. Mas gosto da tua criatividade quando usada na fantasia do irreal sem ligação ao real específico e concreto. Apenas a fantasia com base no real, quando o momento é para fantasiar! 
Não tens de ser igual nem intencionalmente desencaixado apenas para seres diferente e interessante. Já tive pequenos episódios desses na minha vida e digo-te, não vale a pena, porque é artificial, soa a falso e distorcido.
Não consigo encontrar uma mentira piedosa para te dizer, para te confortar a alma desse vazio longínquo, para te fazer sentir vivo. 
O tanto que sentes necessidade de criar extensões das verdades que ouves é o mesmo que tens sentes de viver, para que te sintas a ti mesmo, para que te sintas vivo e que existes para alguém.
É triste, apesar de bela e poética, mas tão mais platónica essa paixão, quase tão pura quanto a de um escritor pela  sua musa inalcançável, por quem te iludes de que algum dia, por mais distante que seja, alguma vez seja tua. 
O encanto do encantado é uma loucura por vezes impiedosa para com o enamorado. A verdade é o cataclismo, realidade que pelos ouvidos da sua alma  não quer ouvir, porque enquanto as palavras da amada boca não saírem, continuará na ilusão de que um dia ainda algo miraculosamente acontecerá. 
Por quem deseja, por quem almeja um dia ser senhora do seu sedento de amor coração, pode algum dia o encanto explodir e em pedaços, fragmentos de uma ilusão demorada se desfazer, deixando à vista desarmada ver-se o  escorrer pelo seu rosto abaixo o fluído que brota do coração esmagado pela não correspondência ansiada e tão visceralmente desejada.
Sofro por ti porque sei o que sentes e nada por ti posso fazer para minimizar os danos da verdade que não queres ouvir e apenas fingir que não existe. Queres viver intensamente cada pedaço de algo tão pequeno que fazes para ti tão grande e tão cheio de significado. Mas até a ti mesmo que mentes e essa mentira será a mais impiedosa, será a que um dia te trará a dor de um sabre a rasgar-te por dentro lentamente e a sangue frio e nesse momento os gritos que da alma brotarão em surdina, transformarão o mais puro amor no mais puro ódio, porque não existe razão para me odiares, porque nem ao menos te feri, menti ou iludi. Sentirás raiva, porque não existirá nada a que possas sentir raiva, porque não te alimentei, deliberadamente, falsas esperanças, porque nem sequer te enganei. 
A verdade pura e dura e a ausência de feridas perpetradas pelo ser desejado é pior que a maior mentira de todas, porque ao menos as mágoas e feridas ajudam a não queremos perto quem antes tanto e tão insanamente desejámos. Mesmo que não seja o melhor desfecho de um capítulo, a cicatriz é assim um selo que marca o fim de uma odisseia, faz-nos lembrar, a final, que mesmo que o fim não seja o desejado, em nome da verdade se diga, estamos Vivos!