terça-feira, 16 de abril de 2013

Ya . . . sou um tipo interessante

Ya . . . Sou bué de interessante. Estou nem aí para o mundo, mas está-se bem.
Ya . . . Não estou nem aí, nem em coisa nenhuma. Eu é mais uma brocazinha e umas cenas fixes . . . está-se bem.
Encosto-me numa parede de uma velha rua noturna e bebo a minha cerveja. Cada um é como é e eu . . . sou apenas mais um.
Ya . . . e tudo é como é e eu . . . sou mais um.
Sou um contentor de informação, inteligente e consciente de mim próprio, e as tuas graças estão a fazer-me achar graça a alguma coisa, mas não tens graça nenhuma, és apenas mais uma gaja que não tem o que dizer e fala por falar. Não tens nada para dizer e julgas-te interessante.
Achava-te mais interessante que o que és. Não és assim tão interessante quanto parecias . . . apenas parecias.
Nada é aquilo que parece, ya . . . as coisas são o que são.
É tudo demasiado óbvio e o que eu procuro não é óbvio, uso-o para as coisas óbvias e não tenho paciência para rodeios; vou ao que quero. É assim!
Eh pah, vejo umas cenas fixes e vou atrás. Não me vou deixar ficar pelas coisas óbvias e desinteressantes . . . Eu sou um gajo, apenas mais um gajo com conteúdo, não tenho paciência para coisas fúteis.
". . . Aquelas cenas fixes, viste?
- Ya, muito bom, vão estar lá de novo, já vi montes de vezes, é muito bom, não é óbvio, é muito bom . . ."
Estou na minha, quem quiser está, quem não quiser não está. Estou na boa!
" . . . pah, o gajo tem uma visão do mundo um pouco psicadélica . . .
- Ouve, não estava à espera!!!
- Ya, ele passa-se um pouco às vezes, é meio alucinado, mas é bom!
O gajo vem cá novamente. Vou ver."

Não busco um nada especial em tudo, mas busco.
" . . . Ya . . . vou fazer coisas . . .
Estou-me a cagar para a cena, . . ."
Faço votos para que todos sejam felizes . . . paz e amor . . . e muito sexo!
Eu sou assim e quem quer, quer . . . amigo não empata amigo . . . está-se bem!
Ya, estou na minha . O que vês é o que é, ou nem por isso, ou apenas parece. Sou maior e vacinado e não devo nada a ninguém. Quem gosta gosta, quem não gosta, não gosta. É como tudo!
Quem quiser estar está, quem não quiser . . . amigo não empata amigo!



sábado, 6 de abril de 2013

O que queres tu perceber?

O que é que queres tu perceber, se nada podes entender.

Perguntas e perguntas e continuas a perguntar! . . . Mas nada te quero esclarecer! . . . É apenas um momento, estou aqui, apenas e unicamente um momento!
Que queres tu entender???

Não basta perceberes que nada há a entender? Nada há para que se perceba?
É assim tão difícil entender que não te quero explicar, apenas que pura e simplesmente me entendas sem, mesmo o entender???
É como assim é, as coisas são o que são, nada em mim é fácil de explicar e por aí está explicado!
O que é que queres entender? Os meus mais profundos e obscuros segredos? Os meus mais sagrados e impartilhaveis meandros e alvoraçados labirintos, que nem eu ainda desbravei?
Estás a tentar ir longe demais, para lá do teu ou do meu conhecimento, para lá de tudo e de todas as coisas, atrás de todos os mais impenetráveis e obsoletos segredos.
É demais!
Acaba com isso ou eu acabo com isso por ti!
Contenta-te apenas com o tudo o que te dou, ou não te contentes e nem tentes contentar. Buscas tudo quando eu nada tenho para mostrar.
Procuras entender e ligar o que nada existe para ligar, assim foi dito e assim foi feito para ficar.
Entende que de outra forma não te consigo explicar. É confuso, são pontas soltas, deixa-as ser sem lhes tocar, não importa, não interessa, são apenas e meras pontas soltas, coisas deixadas no ar!
Deixa porta aberta se me queres deixar entrar. Não digas, "...entra", porque não vou entrar. Deixa a porta entreaberta para alguma brisa correr, para o cheiro do mar entrar e querer aí permanecer. Não me digas "...entra", se eu não quiser não vou entrar.
Perdes-te com as coisas confusas, pontas soltas, mas em nada se pode usar o que costumas usar. Tudo neste lado é diferente, é parte dos demasiados diferentes que não se deixam, nem querem deixar decifrar. É parte de tudo que é apenas o que é, confuso, indecifrável, mas é apenas o que é.
Não forces a entrada, porque não te vou deixar entrar.



Brilhantes Palhaços e Arrogantes

Brilhantes palhaços se bamboleiam na sua arrogância intelectual, esfumaçada pelo verde da natureza transformado em aliviador promíscuo das dores e insónias.
Distantes, que se querem atrair sem que o todo seja penetrado, com a máscara de simplesmente ser. . .  mas distantes. Atraem a presa pela distância, pelo mistério inantigível, despontantes de curiosidade viperina e libidinosa.
Brilhantes palhaços e gozões das vulneráveis e frágeis presas, puras, tontas e incandescentes pelo mais efémero e lascivo olhar, disfarçado de mera casualidade . . .
Palhaços imigrados para um novo, mas velho mundo, onde o povo se mistura com tudo e tudo se mistura com o povo. Nada é o que parece e tudo parece com nada, muito do tudo é o querer ser e parecer estar, alguns são o ser e muitos, tantos, mas tantos são apenas o apenas parecer. 
Não consigo ser o parecer ser, não consigo ser o parecer estar, nem parecer . . . faz-me perecer . . . deixar de ser, sai apenas um algo artificial que tão miserável é que nada deixa aparecer! . . . é muito mau, é inútil e inapetecível, é mesquinho e ausente.
Virtuoso palhaço real, verdadeiro, entretens a minha curiosidade e dás respostas que soam bem, és inatingível aos meus intentos de donzela pura, casta, maravilhas a minha inocência e espanto me deixas.
É triste ver a veneração, a tua deusificação por pobres pedintes de tudo o que os possa preencher e torná-los gente. Deusificam-te sem verem o que realmente és, apenas mais um palhaço que entretem os que outrora te pagaram para o seres. 
Procuras deixar de ser palhaço, tentando ser gente normal, gente diferente do resto de toda a gente. Procuras mostrar que és, apenas e simplesmente que és, mas és palhaço que tenta não o ser. És, aos teus olhos, glória de ti mesmo, compacto e duro, frio e distante, porque assim és, ou não. Palhaço duro e inalcansável, de ser desejado sentes desejo, sede de outros como tu tens, na esperança de seres e te manteres assim como és.