domingo, 14 de outubro de 2012

Espaço!

- Preciso de espaço!
-Tem-no, tem todo o espaço que tu quiseres, eu não t'o dou porque não se dá o que os outros já têm e sempre o tiveram, ou fazem uso dele ou não!
- Não pode ser todos os dias . . . já sei que me vou arrepender de o ter dito e que mais tarde não vais querer e atirar-me em cara o que eu disse!
O silêncio pode ser assustador, pode causar dúvidas e intrigar.
- Então?
Não dizes nada?
Já sei que ficaste chateada . . . eu também gosto de te ouvir dizer que estavas com saudades! . . . é sinal que precisas hahahahahah
"É sinal que tu precisas . . ." Não me parece uma frase feliz para alguém tão eloquente!
Eu tenho as minhas maneiras de "não precisar. . ." e ainda expressar um enorme AAAAhhhhhhhhhhhh . . .
Mais uma vez, por quem te estás a tomar?
Não estamos juntos todos os dias!
Não nos comemos todos os dias!
Não nos vemos todos os dias!
Estás com quem queres quando queres, falas com quem queres quando queres e estás sozinho quando queres!
Ainda queres espaço?
Ok, usa o que tu tens e aproveita-o bem!
Ah . . . mas usa-o acordado para teres noção de que estás a ter espaço . . . a dormir não se existe na realidade, no espaço ou no tempo, pura e simplesmente não se está, não se goza do espaço que se precisa!
Ainda queres mais espaço?
Usa o que tens e usa-o todo, que eu cá usarei e gozarei o meu . . .

sábado, 13 de outubro de 2012

Boa viagem amigo

O amor que se tem para dar pode trair-nos, pode tornar-nos vulneráveis, pode revoltar-nos.
O amor que temos para dar pode ser tanto, que até mesmo quando temos que escolher e fazemos as nossas escolhas, nos deixa baralhados.
Porque é que as pessoas dão por si tocadas quando as oportunidades fogem?
Porque é que as pessoas mostram que os outros não lhes são indiferentes, quando os outros partiram noutro barco?
Mesmo que naveguem a curta distância, o barco em que estamos é outro, o comandante é outro. Magoa, fragiliza, revolta, porque já é tarde e o comandante do barco em que se navega conquistou a nossa vontade de ser o segundo comandante, o complemento direto, o yin do yang da sua travessia. Vemos o outro barco a navegar sozinho, perto do nosso, com vontade da nossa ocupação, mas  decisões foram tomadas, opções feitas e não se pode navegar dois barcos em simultâneo.

Boa viagem amigo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Diálogo entre um mim e um algo de mim

Há quanto tempo não escrevo?
- Deixaste os dedos enferrujarem.
- Parece, não parece?
Fui para longe. Fui visitar outras margens, as que nunca imaginei visitar.
- E?
- E deixei-te ficar por lá. A paisagem é bonita, o chão verdejante, o ribeiro corre água límpida e fresca, o meu corpo oxigena.
- Sentes-te revigorada?
- Nem imaginas o quanto!
Pensava que a vida já não existia, que era tudo uma fantasia ou mera obra do acaso.
- Perdeste-te . . .
- Porque haveria de me perder???
Por algum acaso achas que eu me desvirtuava apenas porque fui ali e ali fiquei???
Por quem te julgas???
- Desculpe . . . Desculpe . . . não era meu intento ferir a sua susceptibilidade artística ou criativa!
- Tenho cara de quem nasceu para carpir mágoas em busca do mote da criação???
Porque não te desenganas tu? Oh infeliz, que apenas vê fonte de inspiração nas lágrimas e na depressão fantasiosa!
- Meu Deus! . . . estamos muito agressivas . . .!
Andas feliz, é? Está bem . . .
- És invejosa e infeliz!
Quando encontrares a paz poderemos ter uma longa conversa em que me darás razão em como ser feliz é bom e faz bem!
Vais arrepender-te desse veneno que me envenena há vários anos, que não me deixa provar o gosto da felicidade!
Nunca me tornei mais virtuosa por sofrer!
Fizeste-me buscar o sofrimento para teu belo prazer!!! Fiquei farta!!!!!
Fizeste-me ser estúpida porque " . . . as pessoas que são assim sofrem muito . . .!"!!!
Foda-se para ti!!!
Não produzi nada de útil para o mundo enquanto sofri e muito menos para mim!!!
É importante ser feliz!!!
É muito produtivo ser feliz!!!
Não sou feliz à custa da desgraça alheia, ao contrário de certas e determinadas . . .
Sim, posso ser livre e feliz sem ti. Não me fazes falta nenhuma, aliás, nunca fizeste!
Essa tua má onda deprime-me e não estou a precisar de nenhuma depressão.
Larga-me voodoo!
Irás a bem, se não quiseres ir a mal. Descarto-te com todo o meu prazer. Podes ir. Nem precisas de te despedir de mim. Podes ir sem precisares de e dizer palavra.
Foste!